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Mulher separa de agressor, casa novamente e descobre que atual espanca o cachorro da família

Confira mais uma história do "Quem Ama Não Esquece"

Da redação

Mulher separa de agressor, casa novamente e descobre que atual espanca o cachorro da família
Confira mais uma história do "Quem Ama Não Esquece"
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Depois de um casamento traumático, Ana acreditava ter encontrado em Bento a redenção do amor. Ele era gentil, generoso e cuidava dela com dedicação, mas um dia, ao ver as imagens das câmeras de segurança de sua casa, tudo mudou.

Ela descobriu que Bento maltratava Thor, seu cachorro. Essa revelação destruiu tudo o que ela sentia por ele e, mesmo sob pressão da família para perdoá-lo, encerrou o relacionamento. 

Leia mais um depoimento real do "Quem Ama Não Esquece", quadro da Band FM:

Todo mundo acha que o amor é inabalável, indestrutível, mas eu aprendi do pior jeito que o amor pode acabar e, quando acaba, ele leva uma parte de você junto.

Eu já tinha desistido do amor. Também, né, depois de tudo o que eu tinha vivido, como poderia ser diferente? Para começar a contar a minha história, eu vou voltar alguns anos, quando eu me casei a primeira vez.

O José Carlos sempre foi um homem difícil, explosivo, nervoso, mas eu era completamente apaixonada por ele e, mesmo minha família tendo tentado me alertar, eu me joguei naquele relacionamento.

O começo foi maravilhoso, mas, depois de seis meses de casamento, os problemas foram ficando cada vez maiores. Ele me tratava mal, me humilhava e, para coroar, eu descobri que ele estava me traindo com uma conhecida.

Eu amava tanto aquele homem, que eu até conseguia perdoar as grosserias, mas uma traição como aquelas? Nunca! No dia em que eu soube de tudo, eu confrontei o meu marido e, ao invés de tentar negar ou pedir perdão, ele me agrediu... 

Ele me agrediu tanto que eu perdi dois dentes. Ele me batia com tanta raiva, com tanta força, que eu achei que ia morrer. Depois disso, eu não tive mais como continuar.

Eu saí daquele casamento totalmente despedaçada e com a certeza de que eu nunca mais confiaria em ninguém nessa vida. Homem, para mim, tinha virado sinônimo de dor.

Os anos passaram e eu aprendi a me virar muito bem sozinha e dizia para todo mundo que eu estava ótima, mas a verdade é que meu coração ainda tinha uma ferida muito grande... Uma ferida que me fazia ter a certeza de que ninguém valeria o risco de sofrer outra vez.

Eu passei a pensar só no meu trabalho e no Thor, meu cachorro e fiel companheiro, que eu sabia que nunca me maltrataria. Só que o Bento apareceu. Ah! Se eu acreditasse em conto de fadas, eu diria que ele tinha saído de um...

Bento era gentil, cavalheiro, engraçado e diferente de todos os homens que eu já tinha conhecido. Desde o começo, ele soube dos meus traumas, mas foi paciente, carinhoso e sempre me tratou com muito respeito.

Depois de seis anos sozinha, eu deixei o meu coração amar outra vez e acreditei que poderia ser feliz de novo. Nos primeiros meses, eu ainda tinha um pé atrás. Não porque o Bento me dava motivos para desconfiar, mas porque eu era uma mulher traumatizada.

Só que ele mostrou que o amor podia ser leve. Ele era aquele tipo raro de homem, que fazia questão de demonstrar o que sentia sem nenhuma vergonha — pequenos gestos, grandes atitudes. 

Abrir a porta do carro, aparecer de surpresa na porta do meu trabalho só para me levar flores no meio do dia… Quando eu dizia que estava com vontade de comer alguma coisa, ele mandava entregar na minha casa na mesma hora.

Ele sabia exatamente o que dizer quando me via triste e também quando eu estava feliz. Ele me apoiava, me incentivava, me elogiava o tempo inteiro e comemorava cada sorriso meu como se a minha alegria fosse a coisa mais importante do mundo.

Quando eu o apresentei para a minha família, depois de uns quatro meses de namoro, todo mundo se apaixonou por ele também. Minha mãe, que nunca tinha gostado do meu ex-marido, gostou do Bento de cara e disse que eu, finalmente, tinha encontrado um homem de verdade. 

Com o meu pai, então, foi melhor ainda. Ele e o Bento se tornaram grandes amigos, de ir para o futebol juntos, de ficarem horas conversando... E as minhas amigas? Nossa! Ficaram enlouquecidas dizendo que eu tinha tirado a sorte grande.

Todo mundo dizia que o Bento era um presente de Deus. E era mesmo. O meu namorado era aquela pessoa que fazia o bem por fazer. Sem esperar nada em troca, sem reclamar, sem achar ruim... 

Na época, minha mãe estava passando por um tratamento de quimioterapia e, muitas vezes, nem eu nem o meu pai podíamos acompanhá-la por conta do trabalho.

Pois o meu namorado fazia questão de levar a minha mãe. Como ele era empresário e tinha o próprio negócio, seu horário era flexível, então, ele não só a levava, como ficava lá com ela durante toda a sessão. Nossa! Aquela foi uma das provas de amor mais bonitas e emocionantes que eu já tinha visto.

Além de tudo isso, o Bento sempre ajudou financeiramente também. Mesmo quando a gente ainda só namorava, por ter uma condição de vida muito confortável, fazia questão de pagar tudo. Inclusive, ajudou muito no tratamento da minha mãe para que ela tivesse bons médicos.

Estávamos juntos há 8 meses e ele gastava uma fortuna com a minha família...

Bento: Fica tranquila, Ana. Se eu faço, é porque eu posso. 

Ana: Mas eu me sinto muito mal com isso. Você não tem obrigação nenhuma de gastar com a minha mãe. 

Bento: Não é obrigação, eu quero. Olha, eu sei que a gente não está junto há tanto tempo, mas eu amo sua família. Sua mãe para mim é como se fosse uma mãe para mim também.

Ana: Mas eu não fico confortável com isso. Parece que eu estou sendo uma interesseira.

Bento: Eu sei que não está, Ana. Fica tranquila. Para que serve o meu dinheiro se não for para ajudar? Isso me deixa realizado, acredite.

Ana: Mas é muito dinheiro, Bento.

Bento: Ana, entenda uma coisa: hoje você é a pessoa mais importante da minha vida, como eu vou ficar bem se eu estou te vendo preocupada com a saúde da sua mãe? Se você não está bem, eu não estou bem. Deixa-me ajudar... Deixa-me cuidar de você. Eu sei que você já sofreu muito, mas eu estou aqui para te proteger.

E, pela primeira vez em muito tempo, talvez, pela primeira vez na vida, eu me senti realmente protegida. Segura. Amada de verdade. Eu olhava para ele e tinha certeza de que, dessa vez, era para sempre. Meses depois, a gente se casou.

Foi tudo perfeito, de um jeito como eu nunca tinha nem ousado sonhar. O Bento fez questão de cuidar de cada detalhe para que fosse inesquecível.

A cerimônia foi emocionante, a festa daquelas que ninguém tem nada de ruim para falar. Mas, apesar de tudo isso, o que me fazia feliz mesmo era saber que, a partir daquele dia, eu seria a esposa do Bento e que nós viveríamos juntos para sempre.

Depois do casamento, eu me mudei para a casa dele. Uma casa grande e confortável. Eu gostava do meu apartamento antigo, mas ter aquele espaço todo, principalmente para o Thor correr à vontade, era maravilhoso.

Aliás, naquele começo, o meu cachorro, coitado, vivia se machucando pela casa. Acho que era falta de costume de ter tanta liberdade, mas, um dia, ele apareceu com um machucado mais sério, bem no olho, e eu fiquei muito preocupada.

Bento: O que é isso, Ana?

Ana: Não sei, amor. Olha como está feio.

Bento: Esse amigão vive se batendo pela casa, né? Daqui a pouco ele vai se acostumar.

Ana: É, mas eu tô achando que esse aqui foi mais grave.

Bento: Se você quiser, a gente pode levar a um veterinário. Pelo menos dão uma olhada.

Ana: Acho melhor, viu?

Bento: Então, vamos logo para você não ficar preocupada.

No meio do caminho, o Thor começou a vomitar e eu fui ficando muito nervosa. O Bento apertava a minha mão tentando me tranquilizar, mas eu via como ele estava nervoso também.

Quando nós chegamos, o veterinário examinou e disse que ele devia ter dado uma pancada muito forte ou que alguma coisa tinha caído na cabeça dele.

Eu contei que a gente tinha se mudado há pouco tempo, que ele era meio estabanado e o veterinário não se convenceu muito, mas passou uns remédios, fez curativo e disse que se ele não parasse de vomitar, era para voltar.

Eu passei a noite acordada olhando para o meu cachorro. Ele parecia melhor, mas estava tão quietinho. Ele, que sempre corria pela casa e dormia no meu quarto, ficou o tempo todo deitado em um cantinho na sala.

O Thor olhava para mim com uma carinha triste. Meu coração estava apertado e não era só de tristeza, era de um mau pressentimento.

O Bento sempre foi muito preocupado com segurança. Nossa casa tinha câmeras por todos os lados, no quintal, na sala, na cozinha, quase em todos os cômodos.

Ele tinha muito medo de assalto e eu achava até bom que ele fosse prevenido. Eu sabia como ver as imagens das câmeras, mas eu nunca tinha tido o menor interesse em ver.

Só que, depois de passar aquela noite em claro pensando no Thor, eu resolvi olhar. Eu esperei o Bento sair para o trabalho e mexi no computador dele, onde ficavam salvas as imagens.

Até então, eu só queria ver se aparecia o Thor se machucando, mas o que eu vi foi muito pior. Não demorou muito e apareceu tudo. O Thor brincava no quintal, correndo, balançando o rabinho e logo depois chegava o Bento.

Ele se aproximou e, do nada, sem mais e nem menos, deu um chute no meu cachorro. Um chute com raiva, com ódio, um chute que fez o Thor voar longe. Meu coração congelou.

O meu cachorro tentou ir para dentro de casa, mas o Bento continuou agredindo o coitadinho. Até com um cabo de vassoura ele bateu no Thor. Bateu mesmo! Três vezes. 

Eu tapei a boca com a mão para não gritar e já estava aos prantos sem nem perceber. Aquele vídeo era de dois dias atrás, o resto não estava mais salvo, mas o que mais ele tinha feito nos dias anteriores?

Ouça a história completa:

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