
Weliton conheceu Rosana na escola e, desde jovem, soube que ela seria sua esposa. Weliton sonhava em ter uma família grande, então, primeiro veio a Grabrielly e, sete anos, depois Davi. Acontece que no coração dessa família cabia mais amor.
O sogro da Rosana foi preso por abuso com a filha de 11 anos, que engravidou, e eles receberam a proposta para adotar o Renan, filho da meia-irmã de Rosana.
A adaptação foi difícil por conta do comportamento dele, mas, com muito amor, eles superaram os desafios e o Renan se sentiu seguro para chamá-lo de "papai".
O menino foi diagnosticado com autismo, mas hoje ele é super carinhoso e o Weliton aprendeu que o amor vai muito além do sangue e é fruto da dedicação e do cuidado.
Leia a história do “Quem Ama Não Esquece”:
O amor de um pai não se mede pelo sangue, mas pela entrega, pela fé e pela coragem de permanecer, mesmo quando tudo parece desmoronar. Eu conheci a Rosana na escola.
Eu só tinha 16 anos e já soube naquele momento, que ela seria a minha esposa. Eu sabia porque eu já vinha sonhando há muito tempo que eu me casava com uma mulher de cabelo preto e comprido e que tinha um sorriso lindo.
Essa era exatamente a Rosana. Eu sabia que era ela era a mulher da minha vida. Ela foi a minha primeira namorada e na época eu já dizia para ela que eu queria ter uma família grande.
Nós namoramos, noivamos e nos casamos. Desde o comecinho, foi tudo muito planejado. Desde o namoro até o nascimento dos nossos filhos. Tudo extremamente programado por nós dois.
Eu tinha o sonho de primeiro ter uma menina que se chamaria Gabrielly e depois, não sei por quê, mas eu tinha muita, mas muita vontade mesmo de ter gêmeos. Dois meninos.
Então, depois de 2 anos que eu e a Rosana tínhamos nos casado, Deus nos abençoou com uma menininha linda, a nossa princesa Gabrielly, do jeitinho como eu queria. E aí, 7 anos depois, nós planejamos o nosso segundo filho.
Rosana:E você acha que é só escolher que vem Gêmeos, Weliton?
Weliton: Ah, eu só estou dizendo que é um sonho.
Rosana: Um sonho meio impossível, né? Nem na minha família e nem na sua tem gêmeos…
Weliton: Pois eu vou orar, porque para Deus nada é impossível e você sabe disso. Seria tão legal, dois meninos da mesma idade correndo pela casa, brincando juntos...
Rosana:Quem sabe? Se você acredita tanto, eu vou acreditar também.
Alguns meses se passaram e a Rosana engravidou. Logo nós soubemos que seria um menino e escolhemos o nome de Davi para ele. Só que bem naquela fase feliz que nós estávamos vivendo, nós recebemos uma notícia que abalou muito a gente.
O meu sogro, pai da Rosana, tinha sido preso e condenado a 27 anos de cadeia. Preso por violentar e engravidar a minha cunhada, meia-irmã da Rosana, que tinha só 11 anos!
Nós ficamos chocados com tudo aquilo. A Rosana não era próxima do pai porque ele tinha abandonado ela e os irmãos quando eles ainda eram crianças, mas mesmo assim foi difícil de processar aquilo tudo. Pesado demais. Triste demais.
Como ela não tinha contato com essa parte da família, nós seguimos a nossa vida. Só que, tempos depois, o resultado de toda aquela crueldade bateu na nossa porta.
Nós estávamos nos arrumando para ir para a igreja, quase saindo de casa, quando o Conselho Tutelar apareceu dizendo que o filho da meia-irmã dela que tinha sido violentada, o fruto daquele abuso, estava para adoção e perguntando se a gente não tinha interesse em ficar com a criança, já que éramos familiares.
Eu confesso: eu fiquei apavorado. Eu não sabia se ia ter condições financeiras de ter mais uma criança. Nós tínhamos dois filhos e eu tinha acabado de começar em um novo trabalho. Eu nem sabia se ia dar certo ou não, mas a Rosana nem pensou duas vezes.
Rosana: Por favor, meu amor. Vamos ficar com ele. Vamos ficar com o Renan.
Welinton: Eu não sei, Rosana. Não é tão simples assim... A gente já tem dois filhos e...
Rosana: Essa criança é vítima de uma história tão triste... Ele não merece sofrer mais. Ele não pode ir para um orfanato. Por favor, Weliton. O que vai ser dele se ele cair nas mãos de uma família ruim? Ou se nunca for adotado por ninguém?
A Rosana se apaixonou na mesma hora que viu o Renan. Ele tinha dois anos, a mesma idade que o nosso filho, Davi. Eles só tinham dois meses de diferença e eu entendi que não era só uma coincidência. Era Deus... Deus que tinha trazido ele para a gente.
Deus, que estava atendendo, de uma maneira meio torta, ao meu pedido de ser pai de dois meninos. O meu sonho estava ali, bem na nossa porta, só esperando para se realizar e então nós decidimos adotar o Renan.
Ele veio para a nossa casa sem que a gente nem o conhecesse e foi um desafio enorme porque, mesmo muito pequeno, ele já tinha muitos comportamentos agressivos.
Quando nós estávamos na igreja, ele empurrava as cadeiras, chorava alto, gritava, mordia as pessoas... Ele e Davi brigavam muito e não existia nenhum tipo de limite.
Mesmo assim, a gente seguiu em frente e pediu a guarda definitiva e depois, a adoção propriamente dita. Logo depois, nós começamos a investigar o que o Renan poderia ter e a buscar um tratamento adequado
Isso porque além do comportamento que ele tinha, ele ainda não falava absolutamente nada, enquanto o Davi, da mesma idade, já falava até demais.
Ouça a história completa: