Gabriel sempre foi o irmão mais equilibrado e responsável, enquanto o mais velho, Rafael, era impulsivo e imprevisível. Quando Rafael começou a namorar a Luísa, o Gabriel a viu como uma boa influência, mas os sentimentos mudaram.
Depois que seu irmão sofreu um acidente de moto, ele começou a se aproximar dela. Sem querer, um forte sentimento surgiu e um beijo aconteceu.
A culpa logo tomou conta do seu coração e, agora, Gabriel se vê em um dilema entre a lealdade ao irmão e os sentimentos por Luísa, mesmo sabendo que, independentemente da escolha, alguém vai sair machucado.
Leia mais uma história do “Quem Ama Não Esquece”:
Existem momentos que qualquer decisão parece errada. E, no fim, não importa o que escolhemos... alguém sempre perde. Eu sempre fui um homem de princípios.
Sempre agi de maneira correta, ser do bem, sempre respeitei minha família e os meus amigos. O meu irmão, Rafael, era mais velho, mais impulsivo, sempre o centro das atenções, enquanto eu era o cara mais tranquilo, mais equilibrado e quem ele procurava quando fazia alguma bobagem. E olha que ele fazia muitas.
A gente sempre foi muito diferente, mas, de alguma forma, nós funcionávamos bem assim porque o Rafa sempre foi o meu melhor amigo. Quando essa história (que eu vou contar) começou, o Rafa tava quase com 30 anos e nunca tinha namorado para valer.
Um dia, ele chegou em casa dizendo que queria apresentar a Luísa para gente. Ninguém acreditou que aquilo estivesse acontecendo, e eu até cheguei a pensar que era só mais uma brincadeira dele, mas na sexta-feira a noite, ele realmente chegou acompanhado.
Luísa: Muito prazer, Gabriel. O Rafa fala muito bem de você.
Gabriel: Você existe mesmo? Eu não tô acreditando.
Luísa: Claro que sim! Só espero que eu não me arrependa... Vocês estão todos tão surpresos! Tô ficando até com medo.
O namoro deles, contrariando toda as expectativas foi durando. A Luísa era ótima! Forte, inteligente, independente, totalmente diferente das mulheres com quem meu irmão se envolvia.
No começo, eu achei que eles não tinham nada a ver, mas, com o tempo, eu percebi que ela era exatamente o que ele precisava: uma pessoa que o ajudava a equilibrar seu jeito impulsivo e que colocava limite quando ele exagerava.
Ela fazia bem para ele. Com o tempo, a Luísa também se tornou parte da nossa família. Todo mundo gostava dela e de ter ela ali por perto. Eu e ela tínhamos muita coisa em comum: gosto para música, filme, restaurante... Era bom ter a companhia dela.
Depois de poucos meses, o Rafael voltou a surpreender a gente e disse que ia morar com a Luísa. Como eu disse, todo mundo gostava muito dela, mas eles só estavam juntos há cinco meses.
Para variar, o meu irmão estava sendo impulsivo de novo, mas ela era mais pé no chão e, se estava dando aquele passo, devia ser porque tinha certeza do que queria.
Depois do susto, lembro que o que passou na minha cabeça foi: "Bom, meu irmão encontrou a pessoa certa, e eu ganhei uma grande amiga."
No começo, eles pareciam muito felizes, mas não demorou muito para o Rafa ser o Rafa. Por mais que ele estivesse melhorando, ele continuava sendo o mesmo irresponsável de sempre.
Às vezes sumia, esquecia compromisso, tomava decisão sem consultar a Luísa. Eu via tudo de perto, mas tentava não me meter na relação deles.
Luísa: Às vezes, eu sinto que eu casei com um menino, Gabriel. Um menino que nunca vai crescer.
Gabriel: O Rafa sempre foi assim, mas ele te ama. Acho que, no fundo, ele tenta acertar.
Luísa: Eu sei, mas até quando as coisas vão ser assim? Eu tô cansada!
Gabriel: Ele já melhorou bastante... Tenha um pouco mais de paciência.
Luísa: Mais? Mais? Você não sabe como tem sido difícil, Gabriel. Ninguém sabe o que eu passo com seu irmão.
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