Elisa e Marcos se conheceram em uma festa de casamento da qual nenhum dos dois havia sido convidado. Eles dançaram juntos, deram o primeiro beijo e alguns dias depois, um evento mudaria para sempre a vida dos dois. Confira mais uma história apaixonante do Quem Ama Não Esquece:
A minha história é conturbada, cheia de alto e baixos, lágrimas e sorrisos. Mesmo assim, eu sou grata por sempre ter tido Deus presente comigo provando que nunca deixou de olhar por mim e cuidar da minha família.
Quando eu tinha 20 anos, eu tava passando por uma fase difícil. Eu tinha acabado de terminar um namoro longo, tinha perdido o meu emprego e não sabia direito que rumo seguir. Eu procurava, desesperadamente, alguma coisa que mexesse comigo, com o meu coração e que fizesse com que eu me sentisse viva outra vez. E isso aconteceu, mas mal sabia eu tudo o que estava por vir...
Um dia, eu tava em casa deitada e assistindo televisão, quando uma amiga ligou me convidando para ir a um casamento com ela. Eu já fui logo dizendo que "não" porque eu não estava animada para esse tipo de evento, mas ela insistiu tanto, mas tanto, que eu acabei indo. E ainda bem que eu fui porque aquela festa me fez muito bem. Eu precisava mesmo me distrair, dançar, rir...
Até que, certa hora, eu vi um homem dançando na pista e ele viu que eu tinha reparado nele. Ele perguntou se eu era amiga do noivo ou da noiva. Eu disse que não conhecia nenhum dos dois e que uma amiga havia me chamado para vir com ela porque eu estava meio tristinha em casa.
Então, ele disse: "Sério? Vou te contar um segredo: Eu também não conheço os noivos. Um amigo me chamou e eu vim com ele". Que coincidência! Ele respondeu que não acreditava em coincidências e se apresentou. "Muito prazer, meu nome é Marcos".
Nós começamos a dançar e de perto ele era ainda mais bonito. No meio da pista de dança foi rolando um clima e aí aconteceu o nosso primeiro beijo. No final da festa, antes de a gente ir embora, eu ainda passei o meu telefone para ele, mas eu confesso que foi meio que sem pretensão alguma. Eu achei que o que a gente tinha tido não ia passar daquela noite. Me enganei.
No dia seguinte, o Marcos me mandou uma mensagem perguntando se eu toparia ir até a casa de um amigo dele para conversar e se conhecer melhor. Eu fui e nós ficamos outra vez. Era o início de alguma coisa, ainda nada oficial, nada de compromisso, mas menos de um mês depois, uma verdadeira bomba caiu sobre a minha cabeça.
Eu acho até engraçado porque antes de conhecer o Marcos eu ficava pedindo e procurando por alguma coisa que fizesse com quem eu me sentisse "viva", mas o que veio superou todas as expectativas...
Em casa, um dia, eu comecei a ficar muito enjoada. Na hora eu não achei que fosse nada, mas por precaução, eu fiz um teste de gravidez. Foram os minutos mais longos e aterrorizantes da minha vida e para o meu desespero, aquele teste... aquele teste deu positivo. Meu Deus do Céu! E agora? O que eu ia fazer? A gente mal se conhecia, ele podia muito bem não querer assumir a criança, falar que não era dele, sumir no mundo...
Sem saber o que fazer, eu contei primeiro para a minha mãe, mas ela não foi nada compreensiva. Minha mãe ficou muito decepcionada e me falou coisas horríveis, mas no fundo eu sabia que ela estaria lá para me apoiar. A verdade é que ela tinha o mesmo medo que eu, que o Marcos não assumisse as responsabilidades dele.
Apesar de estar apavorada, eu não podia ficar adiando muito aquela situação e por isso eu marquei um encontro com ele para contar de uma vez, mas na hora eu me desesperei completamente. Ele disse: "Calma, Célia, calma. Por favor, fica calma. Eu tô aqui e é claro que eu vou te apoiar. Eu não sou moleque".
Fiquei surpresa. "Jura? Você vai assumir essa criança?", perguntei. Ele disse que sim e nunca me deixaria sozinha nessa. Ainda falou que gostaria de estar junto de mim durante todo o processo.
Nossa! Que alívio! Que alívio ouvir tudo aquilo. Um peso enorme saiu das minhas costas e depois dessa nossa conversa, eu me senti muito mais tranquila e pronta para enfrentar o que estava por vir.
Juntos, nós começamos a planejar tudo do nosso filho e ao mesmo tempo a gente também ia se conhecendo melhor. Em cada consulta, cada exame, o Marcos estava sempre comigo e me dava todo suporte que eu precisava. Eu vi que ele seria um bom pai e que a gente tinha mesmo uma chance de formar uma família bonita.
É... Mesmo tudo tendo acontecido de uma maneira muito rápida, eu estava feliz.
A gente tava indo bem, como casal e até como futuros pais. Mas, um dia, quando eu tava em uma festa de aniversário, senti uma dor muito forte. Uma cólica como eu nunca tinha sentido na vida. Eu corri para casa e quando eu cheguei, estava cheia de sangue.
Eu me troquei e nós fomos para o hospital. Assim que eu cheguei, eu já fui direto para a emergência e depois de alguns exames, eu recebi a notícia de que, infelizmente, eu tinha sofrido um aborto. Eu tinha perdido o meu filho.
Ah... foram os piores dias de toda a minha vida. Um dia eu estava toda feliz, alegre, fazendo mil planos, e no outro... Simplesmente, mais nada existia. Como assim, meu Deus? Por que? Eu sentia tanta dor dentro de mim. Eu me sentia culpada, sabe?
Eu fiquei dois dias internada e passei por todas as fases do luto naquele hospital. Quem nunca perdeu um bebê na barriga, talvez não entenda, mas a gente se apega. A gente se apega demais mesmo com pouco tempo. Eu já amava aquele filho que estava sendo gerado dentro de mim.
Eu fiquei mesmo arrasada e a única coisa boa de tudo isso — se é que pode se dizer isso — é que o Marcos não me deixou sozinha nem por um segundo. Ele ficou o tempo todo ao meu lado, segurando a minha mão e me fortalecendo.
Alguma semanas passaram e mesmo sem filho, nós fomos morar juntos. Nós alugamos uma casinha e continuamos a nossa história. Tudo o que aconteceu acabou unindo a gente ainda mais e eu agradeci pelo homem maravilhoso que Deus tinha colocado no meu caminho.
Os anos foram seguindo e quando eu estava perto de completar 30 anos eu comecei a ter muita vontade de ter um filho. Quando eu contei para o Marcos, ele achou uma ótima ideia e depois de algumas semanas de tentativas, eu engravidei. Foi a maior alegria do mundo! Dessa vez a gente já se conhecia, se amava, estava muito bem e era um filho 100% planejado. Tinha tudo para dar certo!
Só que a minha gravidez foi bem conturbada e por conta da pressão alta, eu tinha que ir muitas vezes ao hospital. Eu vivia inchada e com dores. Um dia, pensando que eu teria só mais uma consulta, a médica mediu a minha pressão e estava tão alta que eu nem pude mais sair do hospital.
Eu fiquei dois dias internada e a minha filha precisou nascer prematura, só com 32 semanas. Ela era tão pequenininha, só tinha um quilo e 100 gramas. Quando eu a vi, eu quase desmaiei de tão frágil que ela me parecia. Minha filha precisou ficar 40 dias internada e eu só sabia chorar de medo, mas graças a Deus, a Rafa ficou bem e recebeu alta.
Depois de dois anos eu engravidei de novo e a mesma história se repetiu. Foram muitas complicações na gravidez, mais uma vez eu precisei ser internada e mais uma vez minha filha nasceu prematura. Com 33 semanas, a Alice veio ao mundo com um quilo e 300 gramas, maior que a irmã, mas ela teve mais problemas e precisou ficar cheia de sonda depois do nascimento.
Mais uma vez eu tive uma filha que ficou internada e naqueles dias eu sofri demais vendo bebês que não resistiam. Eu chorava muito, muito mesmo. Eu tinha tanto medo, mas eu ajoelhava e pedia para Deus livrara a minha filha e quando eu rezava, eu sentia... sentia no meu coração que Ele ia me atender. Mesmo quando outras pessoas diziam que ela não ia sobreviver, eu continuava acreditando e depois de um mês, eu fui com a minha filha para casa.
Uma das coisas que eu mais me orgulho na minha história é de nunca ter estado sozinha. Além de Deus nunca ter me abandonado, Ele também me deu um marido maravilhoso e eu pude ter ainda mais certeza, quando eu passei por mais uma provação na minha vida...
Quatro anos depois de a Alice nascer, eu estava em casa quando eu comecei a sentir muitas dores no peito e no rosto. Eu chamei o Marcos e nós corremos para o hospital. A última coisa que eu me lembro, foi falar "Me salva porque eu tenho duas filhas pequenas". Depois disso, mais nada.
Eu tive um infarto. Um infarto com 36 anos de idade. Foram 4 dias entubada e eu sou, depois, que um desses dias o meu marido ajoelhou e rezou gritando, na frente de todos médicos. Uma oração que mudou tudo:
Deus, cura a minha esposa. Salva a Célia. Salva a minha mulher. Eu faço tudo, tudo que o Senhor quiser, mas salva a minha esposa, traz ela de volta. É a única coisa que eu peço.
Nesse meio tempo, eu piorei e tive oito paradas cardíacas, mas milagrosamente eu acordei. Para alguém que poderia ficar sem falar, enxergar, andar, comer ou raciocinar, eu fui mesmo um milagre porque eu acordei sem sequela alguma. A oração do meu marido e a fé dele me salvaram.
A minha história, desde sempre foi baseada na fé e na crença de que Deus sempre esteve comigo e com a mina família. Por duas vezes Ele salvou as minhas filhas, que nasceram tão pequenas e frágeis. Depois, Ele atendeu ao meu marido e me salvou também. Ele sempre esteve conosco. Ele sempre nos cobriu com a sua proteção. Ele sempre nos amou.
Eu também sei que foi Ele quem trouxe o Marcos para a minha vida e quem me deu a benção de formar uma família tão linda. Eu só tenho a agradecer por ter um marido tão incrível e duas filhas tão maravilhosas e por estar hoje aqui, na Band FM, contando a minha história de fé e esperança.
Quer ouvir a história completa? Dê o play e conheça a história de amor de Eloisa e Marcos.