
Evelin viveu um relacionamento proibido com Paulo, um homem casado que prometeu deixá-la livre do papel de ser amante, mas nunca cumpriu sua palavra.
Após meses de falsas esperanças, traições e um doloroso afastamento, ela viu seu mundo desmoronar ao descobrir que não era a única e que ele nunca a amou como dizia.
Humilhada e destruída, Evelin chegou ao limite de sua dor, mas encontrou forças para recomeçar. Quando, enfim, começou a se recuperar, foi surpreendida com uma gravidez inesperada, colocando-a diante de uma difícil decisão.
Será que Evelin deveria contar a verdade para o homem casado ou criar seu filho sozinha, longe de quem a usou e descartou? Leia a história do "Quem Ama Não Esquece":
As migalhas de um falso amor
Durante muito tempo, eu fui refém. Durante muito tempo, eu coloquei a minha vida nas mãos de alguém.
Hoje, eu tenho uma decisão a tomar, mas, dessa vez, quem vai dar a palavra final sou eu. Mesmo que, para isso, eu tenha que agir de uma maneira errada.
Eu conheci o Paulo por acaso. Não foi nada planejado ou sequer esperado. Era só uma daquelas noites em que você quer apenas tomar uma cervejinha e conversar com as amigas...
Acontece que a vida me surpreendeu. Ele estava lá no bar. Tão lindo, charmoso, sem nenhuma timidez... Ele me olhava sem piscar e puxou assunto comigo como se já me conhecesse.
Não que eu estivesse procurando um homem naquela noite, mas, se eu estivesse, seria exatamente como o Paulo. Não demorou muito e ele confessou que era casado.
Ele falou assim, à toa, como se fosse só um detalhe, mas, para mim, realmente era porque eu não estava pensando em nada sério — e ele, com certeza, muito menos.
Depois de horas conversando no bar, nós fomos para um hotel e, apesar de ter sido uma das melhores noites da minha vida, eu saí dali sabendo que nunca mais nos veríamos.
Só que o destino gosta de brincar com as certezas que a gente inventa, não é mesmo? O Paulo me procurou de novo. E de novo. E de novo.
Eu dizia para mim mesma que era só um casinho passageiro, uma diversão boba que não custaria nada. Mas custou. Quanto mais tempo passava, mais difícil era negar que eu estava me envolvendo.
Paulo: Eu não sei o que eu faço da vida, Evelin.
Evelin: Como assim?
Paulo: Olha, eu não sou nenhum santo. Nunca fui. Eu sou casado há muitos anos e é uma pressão muito grande ter que ser chefe de família. Eu acabo dando as minhas puladas de cerca, as minhas fugidas. Tenho meus casos, mas...
Evelin: Mas?
Paulo: Mas com você tem sido tudo diferente. Eu nunca tinha saído com a mesma mulher mais de uma vez. Essa era uma regra minha que eu sempre cumpri sem problema nenhum, mas você é diferente de todas. Eu não consigo parar de pensar em você desde aquela primeira noite. Evelin, eu estou muito apaixonado.
Fazia pouco mais de dois meses que a gente vinha se encontrando e eu admito que gostei demais de ouvir aquilo tudo porque eu me sentia exatamente da mesma forma.
O que aconteceu depois foi um turbilhão! A gente se via sempre que podia. Ele inventava reuniões, viagens, qualquer desculpa para estar comigo. E eu, claro, aceitava.
Todo momento era único com ele e, quando a gente estava junto, eu não pensava em mais nada. Era como se o resto do mundo deixasse de existir.
E quando a gente não podia estar junto, ele se fazia presente mesmo assim. O dia todo ele mandava mensagem, queria saber de mim, contava do dia dele, me ligava, me mandava presentes no meio da tarde enquanto eu trabalhava.
Eu me sentia especial e amada. Tudo era tão forte, tão intenso, que eu não conseguia acreditar que ele tinha uma outra vida com a esposa e os dois filhos.
Quando eu pensava nisso, eu sentia uma tristeza muito grande, mas era só estar com ele outra vez que eu via o amor que ele também sentia por mim.
Eu me deixei levar porque queria acreditar que, de alguma forma, aquilo podia dar certo. Eu queria acreditar que, apesar das circunstâncias, o que a gente sentia era grande demais para ser só um erro passageiro.
Paulo: Chega! Eu vou pedir o divórcio. Eu não posso mais continuar assim.
Evelin: Meu amor, jura?
Paulo: Claro! Eu não aguento mais não poder estar com você sempre que eu quiser. Evelin, parece que depois que eu te conheci, eu só consigo respirar de verdade quando estou do seu lado.
Evelin: Mas e seus filhos?
Paulo: Eles vão entender! O que eu não posso é continuar assim, casado com uma e amando outra. Eu vou, Evelin, eu vou me separar. Você é a mulher da minha vida.
Mas o tempo passou e tudo continuava só no discurso. Primeiro, era o aniversário da filha, depois as festas de fim de ano, aí a esposa que ficou doente. E eu esperava, esperava e esperava porque ele me amava.
Esperava porque ele me amava, porque tinha prometido, porque a gente se pertencia. Até que um dia, ele não apareceu quando a gente tinha marcado.
Nenhuma mensagem. Nenhuma ligação... Começou assim. Eu passei o dia olhando para a tela do celular de 2 em 2 minutos, sem saber o que fazer.
Quando ele finalmente apareceu, somente depois de dois dias, veio cheio de desculpas dizendo que tinha tido um problema em casa, pedindo perdão, dizendo que estava morrendo de saudade.
Eu acreditei. Porque eu sempre acreditava e porque eu queria acreditar, mas, depois desse dia, o sumiço virou rotina. O Paulo começou a desmarcar nossos encontros de última hora, demorava para me responder mensagens, já não me ligava no meio da noite dizendo que não conseguia dormir sem ouvir a minha voz.
Eu sabia que ele estava se afastando e entendi de uma vez por todas que ele não ia se separar. Finalmente entendi que eu estava esperando por uma coisa que jamais aconteceria.
Ainda assim, eu continuava disponível porque não via outra alternativa. Eu me agarrava à nossa história como se eu pudesse fazer tudo voltar a ser como antes.
Até que, um dia, eu descobri. Descobri que eu não era a única. Enquanto eu chorava e esperava ele se decidir, ele tinha outra. Outra amante. Outra Evelin.
Aliás, talvez mais uma além dela também. Por que não? Um homem de muitas mulheres. Um homem de muitas mentiras. Eu fiquei transtornada quando soube e fui até ele tomada pela raiva.
Paulo: Que isso? Está maluca? Para de gritar.
Evelin: Você vai se separar, Paulo. Você vai largar sua mulher, vai largar sua amante. Você vai parar de me fazer de trouxa.
Paulo: O quê? Que amante?
Evelin: Não me faça de idiota. Não mais. Eu já sei de tudo. Depois de um ano, Paulo! Um ano te esperando. Um ano ouvindo suas mentiras... Meu Deus, como eu fui idiota! Chega!!! Você vai se separar dela de uma vez por todas. Ou você se separa ou eu conto tudo.
Paulo: Cala essa boca. Você não está à altura nem de falar o nome da minha esposa. Olha para você! Ela sim é que é mulher de verdade. Quer saber, Evelin? Melhor assim mesmo... Eu já estou cansado de você. Vai, sai da minha frente. Sua maluca!
Ouça a história completa e opine nos comentários: