Felipe tinha toda uma vida pela frente, mas sofreu um acidente que o deixou na cadeira de rosas. Ele mergulhou em uma profunda depressão, até que conheceu a Marjorie em um aplicativo de namoro.
Ele se sentiu vivo de novo, mas não contou sobre sua deficiência, pelo medo de ser rejeitado. Hoje, ele vem contar a sua história, pois não sabe o que fazer. Veja mais uma história emocionante do “Quem Ama Não Esquece”:
Às vezes, é no meio da maior dor e desespero que encontramos uma nova razão para viver, mesmo que o caminho até ela seja cheio de erros, medos e segredos.
Eu sei que errei. Sei que não fui honesto nem uma boa pessoa. Mas quem nunca errou? Quem nunca fez besteiras por medo ou traumas? Quem nunca tropeçou tentando sobreviver?
Quando eu tinha 23 anos, vivia uma vida comum, como qualquer outro jovem. Tinha me formado na faculdade, estava trabalhando e namorava uma mulher linda, que eu amava muito. Naquela fase, eu tinha, acima de tudo, muitos sonhos e planos. Quem, aos 23 anos, não tem, não é? Nessa idade, pensamos que podemos – e vamos – abraçar o mundo! Mas minha vida mudou de uma forma que eu nunca poderia imaginar, e todos os planos falharam.
Era um sábado à noite quando saí com alguns amigos e minha namorada para me divertir. Na volta, deixei-a em casa, e foi aí que tudo aconteceu. Adormeci ao volante, perdi o controle do carro e bati em um muro. Estava em alta velocidade, fui imprudente, mas só quem sofreu com as consequências do meu ato fui eu mesmo.
Depois daquele dia, passei a viver permanentemente em uma cadeira de rodas.
Para mim, a vida tinha acabado. O mundo desabou sobre mim. Um dia, eu tinha mil sonhos e planos; no outro, parecia que nunca mais poderia fazer nada. Era como se todos os meus sonhos tivessem morrido. A liberdade, minha juventude, meu futuro maravilhoso... tudo parecia perdido.
Sofri demais! Demais mesmo! Me desesperei, me revoltei, briguei com Deus e com o mundo. Gritei que preferia morrer e entrei em uma depressão profunda. Por mais que eu tentasse me reerguer, não conseguia nem saber por onde começar. Como se não bastasse tudo isso, minha namorada, que eu tanto amava, terminou comigo.
Ela disse que não conseguia mais se imaginar ao meu lado naquela situação e que aquela não era a vida que queria para ela. Simples assim. Fácil assim. Me diz... como eu ia ficar bem diante de tudo isso?
Foi um golpe muito duro para mim, e então eu me fechei totalmente para o mundo. Fiquei triste, infeliz, cheio de raiva no coração. Por mais de dois anos, me afastei de praticamente tudo. Quase não saía de casa, ainda com vergonha de estar em uma cadeira de rodas. Não tinha esperanças, nem coragem para me olhar no espelho e encarar quem eu havia me tornado.
Eu achava que não merecia mais me divertir, rir, e que era melhor me isolar para não me decepcionar com mais ninguém e nem sofrer por mais nada.