O Miguel tinha uma vida perfeita com a Thais, mas quando sua mãe faleceu, tudo mudou. Ajudando seu pai na mudança, ele encontrou uma caixa que dizia: "Cartas de Miguel" — correspondências trocadas secretamente com um homem desconhecido por quem ela era apaixonada.
Miguel ficou confuso e pensou que esse homem poderia ser o seu pai biológico. Sua esposa disse para ele esquecer essa teoria, mas ele não consegue e está pensando em contar para o pai. Veja mais um relato do "Quem Ama Não Esquece", da Band FM:
Como, de repente, tudo pode desmoronar na nossa frente? Como, de repente, tudo aquilo em que a gente sempre acreditou se transforma em pó?
Eu vivia uma vida perfeita. Cresci em uma família unida e amorosa, com dois pais que sempre foram meus maiores exemplos de caráter e honestidade e que me passaram os melhores valores.
Por ser filho único, eu sempre fui muito apegado aos meus pais. Por isso, no começo deste ano, quando minha mãe adoeceu, fiquei muito nervoso.
Thais: Tenha calma, Miguel. Você não pode se desesperar assim.
Miguel: Eu sei, você tem razão, mas eu não consigo ver a minha mãe sofrer desse jeito. E você ouviu o médico, Thais. A situação dela é muito grave.
Thais: Eu sei, meu amor, mas vamos ter esperança. E não deixe ela perceber que você está tão abalado assim. Isso vai piorar.
Miguel: Eu fico pensando no meu pai, sabe? Eles estão casados há quase 50 anos, e ela sempre foi o porto seguro daquela casa. Ele não vai conseguir viver sem ela.
Thais: Você está aqui para o seu pai, e eu estou aqui para ele e para você. Nada vai faltar. Confie em mim.
Minha esposa, Thais, sempre foi uma mulher incrível e esteve ao meu lado para tudo. Já estávamos casados há muitos anos e ela, assim como minha mãe era para o meu pai, era também um porto seguro para mim. O meu lugar de desabafar, onde eu podia demonstrar minhas fraquezas e me sentia protegido.
Graças a Deus, eu a tinha ao meu lado, porque foi um ano realmente intenso. Ver minha mãe definhar daquele jeito mexeu demais comigo, e o que veio depois... Bem, isso eu conto daqui a pouco.
Em outubro, minha mãe partiu. Apesar da dor, eu sabia que ela precisava descansar. Ela estava sofrendo há muito tempo, e, mesmo a gente sendo um pouco egoísta nessas circunstâncias e não querendo se despedir de quem amamos, eu sabia que era hora de dizer adeus. Ela tinha cumprido lindamente a missão dela aqui na Terra e merecia descansar ao lado de Deus.