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União Europeia e Reino Unido proíbem importação de carne de fêmeas do Brasil

A gente ainda não tinha tido tempo de comentar aqui com os companheiros e companheiras boiadeiros que nos dão a honra da sua audiência, mas conforme já é da sabedência

Por Terraviva

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A gente ainda não tinha tido tempo de comentar aqui com os companheiros e companheiras boiadeiros que nos dão a honra da sua audiência, mas conforme já é da sabedência geral, o Brasil tá novamente no meio de uma inquerência com a União Europeia e com o Reino Unido, por conta de uma exigência deles que pode prejudicar fortemente o nosso setor exportador de carne bovina. 

A questão é que a partir do mês entrante de outubro os frigoríficos brasileiros estarão proibidos de embarcar pra lá carne de fêmeas, e a desculpa da vez apresentada agora pra tentar justificar mais esta estupidez comercial é o estradiol, um hormônio usado na IATF, a Inseminação Artificial em Tempo Fixo. Até agora, o bloco aceitava uma declaração do fazendeiro fornecedor de que o animal não tinha sido tratado com a substância, mas esta orientação acaba de ser cancelada.

Pois então, o que as autoridades lá do outro lado do mar oceano tão dizendo é que existe algum risco de que este tal hormônio possa prejudicar a saúde das pessoas que consumirem a carne destas vacas e novilhas, e por conta disso os fazendeiros de lá já não podem usar faz tempo. 

Mas a questão é que, conhecendo o procedimento costumeiro desse povo do setor sanitário lá da Europa e sabendo que eles tão sempre perfeitamente dispostos a arrumar motivo, justo ou não, pra ajudar os fazendeiros a criar barreiras comerciais contra os produtores estrangeiros, especialmente os pecuaristas brasileiros, a gente aqui já fica com uma certa dificuldade de acreditar que isso é mesmo verdade, né. Principalmente porque outros grandes especialistas no assunto, respeitados no mundo inteiro, têm uma opinião bem diferente em relação a esta questão.

É o caso, entre outros, do Doutor Pietro Baruselli, médico veterinário e professor na Universidade de São Paulo. Numa entrevista pra Revista DBO, ele disse que a quantidade desse hormônio que se usa na IATF é mínima, e vem a ser igual à que a própria vaca produziria se ela entrasse no cio espontaneamente, e que depois seria absorvida em um ou dois dias pelo organismo do animal, sem deixar resíduos, de forma natural. 

Por outro lado, pesquisas feitas recentemente comprovaram que, sem o estradiol, fica praticamente inviável fazer IATF, por causa da queda no índice de prenhez, da redução da qualidade dos bezerros e de uma grande complicação no manejo da vacada na hora de fazer a inseminação. De qualquer maneira, a proibição da União Europeia tá decretada e pronta pra entrar em vigor, e a gente vai ter de arrumar jeito de derrubar ou de sobreviver a mais esta rasteira deles contra o nosso setor exportador.

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