Xergão, arreio, guiaca: conheça o dicionário campeiro da Expointer (RS)

Conheça algumas gírias gaudérias que fazem parte do cotidiano da exposição que acontece em Esteio (RS)

Da Redação

Carlos Brasiliano, expositor e conhecedor das gírias do campo gaúcho
Caio Lorena/Ascom Expointer

Gírias e expressões são significativas porque demarcam a identidade de uma localidade. Na maior feira agropecuária a céu aberto da América Latina, a Expointer, o protagonismo fica com as palavras e termos relacionados à vida no campo, que muitas vezes não são conhecidos pelas milhares de pessoas que trafegam pelo Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, ao longo dos nove dias de evento.

Tem xergão, arreio, guacho, gateado, cinchador... O leque de palavras usadas na vida campeira é extenso. O cabanheiro Carlos Brasiliano, 27, participa da exposição no Pavilhão do Gado de Corte e ajudou na conceituação de tudo que lhe foi solicitado. Ele é de Palmas, cidade do interior do Paraná na divisa com Santa Catarina.

“Xergão é uma proteção que se usa embaixo da montaria do cavalo e geralmente é de lã. O arreio vai em cima dele, entre o xergão e a pessoa que está montando. Cinchador é a peça que prende o pelego na montaria do cavalo”, explicou. 

“Guiaca é o cinto de couro do gaúcho, como esse aqui”, disse, apontando para a peça que usava. “Mas precisa ter bolso, esse daqui não tem”, deixou claro Brasiliano.

No Pavilhão do Gado Leiteiro, um grupo de estudantes do curso de biotecnologia, da Universidade Federal de Pelotas, alternava entre reações de surpresa e conforto quando as gírias eram apresentadas. Às vezes um olhar para o lado, como quem busca resgatar uma familiaridade com o tema. “A Flávia é a que mais tem contato com o campo”, disse a universitária Sarah Kalli.

A estudante Flávia Bartz Nunes era quem mais assentia com a cabeça e conceituava as expressões. As amigas participam da 46ª Expointer em função de uma atividade do curso e veem positivamente a oportunidade de se aproximar de outras culturas e estilos de vida. “Eu acho que é importante porque a gente come produtos e toma o leite que vem do campo. A gente conseguir aproximar a cidade do campo é fundamental para entender de onde vem o alimento”, justificou Nunes.

“É muito interessante conseguir visualizar também as tecnologias de monitoramento, a qualidade do leite, da carne”, acrescentou Kalli, aludindo à conexão que se pode fazer entre o curso superior, que explora bastante a tecnologia, e a agropecuária. Essa é a mensagem-chave, aliás, da atual edição da feira: “A inovação faz o agro mais forte”.

A Expointer foi aberta ao público no último sábado (27/8) e, desde então, atraiu 312.942 visitantes até o balanço de terça-feira (29/8). O último dia da feira será no domingo (3/9).

Resumo do “Dicionário da Expointer”:

Xergão: é uma proteção que se usa embaixo da montaria do cavalo, geralmente feita de lã;

Tosquia: o ato de tirar a lã das ovelhas no fim do inverno, antes, portanto, do verão;

Guiaca: cinto de couro do gaúcho. É fundamental que tenha bolso;

Mangueira: é o popular cural, onde se trabalha com o gado;

Cinchador: peça que prende o pelego na montaria do cavalo;

Arreio: peça que é colocada entre o xergão e o indivíduo que vai realizar a montaria;

Gateado: é o nome que se atribui a uma determinada pelagem do cavalo;

Ginete: cavaleiro que monta o cavalo para a disputa de competições tradicionais, como o Freio de Ouro;

Terneiro: a cria da vaca até um ano de idade, o popular bezerro;

Guacho: animal que foi criado sem a mãe.

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