A queda nos preços das commodities agrícolas provocou uma queda na comercialização de máquinas agrícolas no país neste ano, apontou a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), nesta sexta-feira (6). Em oito meses, foram comercializadas 38.611 unidades, 9,9% menos que no ano passado. No entanto, apenas no mês de agosto, as vendas de máquinas agrícolas aumentaram 23,3% em relação ao mês de julho. 

Segundo o vice-presidente de máquinas da associação, Alexandre Bernardes, a queda nos preços das commodities, principalmente a soja, é o principal fator inibidor do investimento dos agricultores. “Isso fica evidenciado neste ano. Agosto geralmente é melhor do que julho, mas a alta de 23,3% deve-se ao aumento dos estoques dos distribuidores. O mercado não vem girando como gostaríamos”, ele lembra que a queda de quase 10% no ano é em relação à base elevada de 2022.

“O ano segue interessante. O agricultor tem diversos desafios. O clima é um dos principais”, com as adversidades tendendo a se intensificar, Bernardes ressalta a necessidade de que os produtores tenham equipamentos atualizados e à disposição para aproveitarem as janelas cada vez mais curtas para os trabalhos.

Com os números registrados até agora, é possível que o setor registre um recuo de 20% no ano, projetou o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA), Pedro Estevão. O executivo apontou que a manutenção da área cultivada no país na safra 2023/2024 e também, a queda nos preços das commodities são os principais motivadores da redução das vendas.