A maior parte das hortaliças e frutas comercializadas nos principais mercados atacadistas do Brasil apresenta queda de preços. A média ponderada de preços decresceu até 47,69%, no caso da cenoura, e 43,96%, no caso do tomate, no último mês em relação ao registrado em junho. Os dados constam no 8º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta sexta-feira (16) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
De acordo com o Boletim, a queda de preço da cenoura é explicada pela maior quantidade da raiz nos atacados. Em termos nacionais, a oferta do produto para as Ceasas que fazem parte do Boletim cresceu 8,9% em julho e não está concentrada em Minas Gerais. Já o corte nos preços do tomate também está relacionado ao aumento da oferta 13% superior a junho, sendo o maior volume registrado entre os meses de 2024.
Ainda em relação às hortaliças, no caso da batata, a Conab verificou que a entrada da safra de inverno provocou uma reversão no movimento de alta apresentado nos últimos meses . A maior baixa de preço foi observada na Ceasa de Rio Branco (-35,57%), seguida da diminuição na Central em Fortaleza (-17,22%). Porém, como em abril, maio e junho a tendência foi de elevação, os preços continuaram em patamar elevado. Por exemplo, em julho de 2023 o preço médio da batata na Ceagesp (SP) estava R$3,46/kg e em julho deste ano registrou R$5,82/kg, incremento de 68%.
Para a cebola, no último mês, a média ponderada diminuiu 11,14%, chegando a uma queda de 28,69% na Ceasa no Acre. As maiores quantidades do bulbo nos mercados em julho explicam o arrefecimento nos preços. A oferta nas Ceasas analisadas teve alta de quase 5% em relação à de junho. Esse aumento, junto com a pulverização da produção, explica a depreciação contínua de preços registrada.
Para a alface, a alta significativa na Ceasa que abastece Fortaleza (28,56%) e as estabilidades de preço influenciaram a média ponderada do mês. Ela foi positiva em 1%, na comparação com a média de junho. Mas, em sete Ceasas, o preço caiu e em algumas de maneira significativa como é o caso da Ceasa Brasília (-28,28%) e da Ceasaminas (-23,74%).
Entre as frutas, o movimento preponderante de preços, no mês de julho, da banana (-2,31%), maçã (-2,66%), mamão (-19,57%) e melancia (-3,27%) foi de baixa, em razão da uma maior oferta no mercado atacadista aliada à retração da demanda devido às férias escolares. No caso do mamão, a queda mais expressiva dos preços se deu em decorrência da colheita em novas plantações e ao tempo adequado para o desenvolvimento das frutas, em especial no norte capixaba e sul baiano. O volume ofertado fez com que os produtores fizessem o controle do envio da fruta, a fim de impedir uma depreciação maior dos preços. A maçã também apresentou redução de preços mesmo com a diminuição da oferta, que foi compensada pela menor demanda devido ao período de férias.
Em movimento contrário ao registrado nas cotações médias das demais frutas, a laranja apresentou movimento de alta nos preços na média ponderada de 6,91%. A elevada demanda para moagem da fruta, em um contexto de baixos estoques de suco, provocou o incremento das cotações na indústria, o que acabou refletindo no atacado e varejo.
Exportações
No acumulado no primeiro semestre de 2024, o volume total de frutas enviado ao exterior foi de 491,8 mil toneladas, queda de 7,62% em relação ao intervalo janeiro/julho de 2023, e o faturamento foi de U$S 628,89 milhões (FOB), superior 3,73% em relação aos sete primeiro meses de 2023 e de 21,4% em relação ao mesmo período de 2022. A queda ocorreu em decorrência da menor oferta nacional de algumas frutas importantes na pauta de exportação, como manga e uva. Entretanto, de acordo com a Abrafrutas, várias das principais frutas exportadas pelo Brasil terão o pico de embarques no segundo semestre (como manga, melão e melancia). Assim, espera-se que tanto o faturamento quanto o volume aumentem até o fim do ano.