Veja a nova previsão do IBGE para a safra 2023/2024 no Brasil

Volume de alimentos produzidos no Brasil deve ser 5% menor que o previsto em abril, com 18,6 milhões de toneladas a menos

Por Viviane Taguchi

Veja a nova previsão do IBGE para a safra 2023/2024 no Brasil
Algodão teve destaque nas exportações brasileiras
Wenderson Araujo/Trilux

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (13) a sua projeção para a produção de alimentos (grãos, leguminosas, cereais e oleaginosas) na safra 2023/2024. O volume deve chegar a 296,8 milhões de toneladas, 5,9% a menos que na previsão anterior, realizada em abril deste ano. Esse percentual representa 18,6 milhões de toneladas.

Segundo o IBGE, a área a ser colhida é de 78,3 milhões de hectares, aumento de 0,6% frente à área colhida em 2023, crescimento de 454.502 hectares e aumento de 0,6% (445.140 hectares) em relação a abril.

O arroz, o milho e a soja, que são os três principais produtos do agronegócio, somados, representam 91,5% da estimativa da produção e respondem por 87,2% da área a ser colhida. Comparado a 2023, houve aumentos de 12,5% na área a ser colhida de algodão herbáceo (em caroço); de 6,5% na do arroz em casca; de 6,1% na do feijão e de 3,3% na da soja, e quedas de 4,7% na área de milho (reduções de 8,6% no milho 1ª safra e de 3,5% no milho 2ª safra); de 11,8% na do trigo e de 3,0% na do sorgo.

Em produção, houve acréscimos de 9,9% para o algodão herbáceo (em caroço); de 2,3% para o arroz; de 7,0% para o feijão; de 0,5% para o sorgo e de 23,8% para o trigo, e decréscimos de 3,5% para a soja e de 12,7% para o milho (reduções de 14,5% no milho de 1ª safra e de 12,2% no milho de 2ª safra).

Principais culturas

A estimativa do IBGE para a soja foi de 146,7 milhões de toneladas, e de milho, 114,5 milhões de toneladas (23,7 milhões de toneladas de milho na 1ª safra e 90,8 milhões de toneladas de milho na 2ª safra). A produção do arroz foi estimada em 10,5 milhões de toneladas; a do trigo em 9,6 milhões de toneladas; a do algodão herbáceo (em caroço) em 8,5 milhões de toneladas; e a do sorgo, em 4,3 milhões de toneladas.

O IBGE projeta uma produção de cereais, leguminosas e oleaginosas com variação anual positiva para duas Grandes Regiões: a Sul (5,0%) e a Norte (8,5%). Houve variação anual negativa para as demais: Centro-Oeste (-12,8%), Sudeste (-8,5%) e Nordeste (-2,8%).

Quanto à variação mensal, apresentaram crescimento Nordeste (0,2%), Norte (0,8%) e Sudeste (2,3%), já as demais apresentaram declínio: Sul (-3,0%) e Centro-Oeste (-0,7%). Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 29,2%, seguido pelo Paraná (13,4%), Rio Grande do Sul (12,7%), Goiás (10,6%), Mato Grosso do Sul (7,3%) e Minas Gerais (5,9%), que, somados, representaram 79,1% do total. Com relação às participações regionais, tem-se a seguinte distribuição: Centro-Oeste (47,3%), Sul (28,2%), Sudeste (9,5%), Nordeste (8,8%) e Norte (6,2%).

Vai faltar arroz?

A estimativa do IBGE para 2024 aponta uma produção de 10,5 milhões de toneladas de arroz, acréscimo de 0,3% em relação a estimativa do mês anterior, e crescimento de 2,3% em relação ao volume produzido em 2023. Esse aumento deve-se, principalmente, à área plantada, que cresceu 6,0%, enquanto o rendimento médio teve uma retração de 3,9%.

No Rio Grande do Sul, que deve responder por mais de 69,3% da produção nacional, as condições climáticas não favoreceram o cultivo, apresentando queda na produtividade por conta do excesso de chuvas nos primeiros meses de implantação da cultura, assim como um maior período de nebulosidade, comprometendo diretamente o desempenho da cultura a campo. 

A produção rio-grandense deve atingir 7,3 milhões de toneladas, aumento de 2,6% em relação a 2023, em decorrência do aumento de 7,1% na área colhida, uma vez que a produtividade, de 8 208 kg/ha, apresentou uma redução de 4,3% frente à safra anterior. Importa ressaltar que, em função dos recentes aumentos de preços do cereal, na safra 2024 houve aumento das áreas de plantio, o que não acontecia há alguns anos, em função de muitos rizicultores estarem alternando as áreas de várzea com o plantio de milho e de soja, culturais até então mais rentáveis.

A preocupação, nesse momento, se concentra nas perdas advindas das fortes chuvas que acometeram o estado ao final de abril. Em relação a abril, a estimativa da produção está apresentando um declínio de 1,6%, com a área colhida e o rendimento médio tendo caído 0,9% e 0,7%, respectivamente.

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