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Uso de milho para produzir etanol no Brasil cresce 32%

Cereal ajudou o setor energético a driblar a queda na safra de cana-de-açúcar

Uso de milho para produzir etanol no Brasil cresce 32%
Uso de milho como matéria-prima do etanol cresce no Brasil
Reprodução/Agro+

Para driblar a queda na safra de cana-de-açúcar registrada em 2024, as usinas de etanol lançaram mão do milho para produzir etanol. Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), a fabricação do biocombustível a partir do milho aumentou 32,8% no ano passado, enquanto o etanol produzido com a cana caiu 1,8%. De acordo com a instituição, 2024 foi o ano que o Brasil mais produziu etanol na história.

A produção do biocombustível em 2024 totalizou 36,83 bilhões de litros, um volume que fica 4,4% acima do registrado em 2023. Desse total, 7,7 bilhões de litros de etanol foram fabricados com milho, um aumento de 32,8% em relação ao ano anterior. Os indicadores consolidam o Brasil como o segundo maior produtor do mundo no ranking liderado pelos Estados Unidos.

Neste ano, até a primeira quinzena de janeiro, 19,5% do etanol fabricado no país teve o milho como base, e a previsão é que essa participação suba para 23% a 24% até o fim da safra, em março. No mesmo período, a moagem de cana caiu 4,85%, totalizando 613,998 milhões de toneladas.

Luciano Rodrigues, diretor de inteligência setorial da Unica, explica que o uso do milho complementa a produção de cana-de-açúcar, permitindo a fabricação ao longo de todo o ano. Os subprodutos da produção, que são os DDG (grãos secos de destilaria), são destinados ao uso na agroindústria de rações. 

Consumo de etanol no Brasil

De acordo com a Unica, em 2024, a paridade de preços do etanol hidratado em relação à gasolina C foi de 65,3%, a melhor competitividade registrada desde 2010. O consumo de combustíveis no Brasil atingiu 59,3 bilhões de litros pela frota de veículos leves (ciclo Otto), com destaque para o aumento de 5,4 bilhões de litros no consumo de etanol hidratado no País.

“Diante dos desafios no combate à mudança do clima, o etanol se apresenta como uma das soluções tecnológicas para uma mobilidade sustentável. Podendo ser usado puro, ou seja, o etanol hidratado, ou misturado à gasolina – etanol anidro –, o seu uso contribui de forma significativa para a redução das emissões de gases que agravam o efeito estufa e traz economia aos consumidores no abastecimento”, diz Evandro Gussi, presidente da Unica.

De acordo com ele, o ano também foi um marco para o setor com a aprovação e respectiva sanção de leis que refletem o novo momento do setor bioenergético brasileiro, entre elas o Combustível do Futuro, o Mover, o Paten, a reforma tributária e o aperfeiçoamento do RenovaBio. “São passos muito importantes do Congresso e do Governo Federal rumo à mobilidade sustentável e à economia de baixo carbono”, destaca Gussi.

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