O leite A2 é uma nova tendência no mercado de laticínios no Brasil e vem levando inúmeros produtores rurais a investir em sua produção. Mas afinal, o que é leite A2?
O leite A2 é um leite produzido por uma vaca que contém apenas a variante A2 da proteína beta-caseína. Representando cerca de 30% do total de proteínas lácteas, a beta-caseína pode ter duas diferentes variantes, dependendo da genética do animal. São elas: β-caseína A1 e A2. O leite comercialmente disponível consiste frequentemente em uma mistura de variantes A1 e A2.
A liberação de BCM-7 durante a digestão da β-caseína A2 é mínima, considerada inexistente. Logo, estão apontados os benefícios do leite A2 para a saúde. O peptídeo BCM-7 é amplamente estudado na medicina, pois parece implicar diversos distúrbios clínicos, que incluem: doenças cardiovasculares, diabetes, além de autismo e esquizofrenia.
Assim, o leite A2 torna-se uma alternativa dietética, principalmente para indivíduos que reportam desconforto gastrointestinal por consumo de leite de vaca não associados à lactose.
E de onde vem a vaca A2?
A produção do leite A2 acontece por seleção genética e, para isto acontecer, a fazenda necessita realizar o mapeamento genético das vacas para identificar se são aptas a produzir este tipo de leite. Essas vacas devem ser separadas e inseminadas artificialmente com sêmen de bovinos também de genótipo A2A2.
De acordo com o pesquisador do Instituto de Zootecnia, Anibal Eugênio Vercesi Filho, betacaseína A2 pode aparecer em qualquer raça, mas predomina nas raças zebuínas como no Gir leiteiro, Sindi e Guzerá. “Usamos touros A2A2 e genotipamos as vacas, realizando a programação de acasalamento. A ideia é que todas as vacas, independentemente da raça, sejam produtoras de leite A2, com alta produtividade, vida produtiva longa e resistência à mastite”, afirma Vercesi.