O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na tarde deste domingo (25) que não há, até agora, nenhum incêndio detectado por causas naturais. "Significa que tem gente colocando fogo de maneira ilegal, na Amazônia, no Pantanal e sobretudo no estado de São Paulo, uma vez que todos os estados do país ja estão avisados e proibiram uso de fogo de manejo", afirmou o presidente, em postagem em rede social.
A declaração foi publicada após reunião no Prevfogo – a central de monitoramento do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais – na sede do Ibama, em Brasília. Lula se reuniu no local com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e outras autoridades de ministérios e demais órgãos públicos que atuam no combate aos incêndios.
Lula lembrou que o Governo Federal mobiliza cerca de 3 mil brigadistas em todo o Brasil para combater os focos de fogo. "A Polícia Federal vai investigar e o governo vai trabalhar com os estados no combate aos incêndios", disse Lula.
O presidente pretende participar da reunião semanal que ocorre na Casa Civil, com a participação de mais de 20 ministérios, sobre os incêndios. Os governadores dos estados atingidos serão convidados. “A Polícia Federal vai investigar e o governo vai trabalhar com os estados no combate aos incêndios”, disse, por meio da rede social X (ex-Twitter).
A ministra Marina Silva reforçou durante a reunião que a PF atuará na apuração de responsabilidades pelos incêndios que devastam o país nesta temporada. Na Amazônia, no Pantanal, em São Paulo. Outros focos já foram contidos em outras regiões, como no Distrito Federal em em Minas Gerais.
Marina classificou a situação dos focos de incêndio em São Paulo como "atípica". De acordo com o governo do Estado de São Paulo, 21 cidades enfrentam focos ativos de incêndio neste domingo. Ao todo, 46 municípios estão em alerta máximo para queimadas. “Em São Paulo, não é natural, em hipótese alguma, que em poucos dias você tenha tantas frentes de incêndio envolvendo, concomitantemente, vários municípios”, disse Marina.
“É preciso parar de atear fogo, porque mesmo colocando tudo o que está à disposição dos governos estaduais, municipais, dos esforços privados e do Governo Federal, se não parar de colocar fogo num período em que há temperatura alta, baixa umidade relativa do ar e ventos que vão até 70 km por hora, não há como conter o fogo”, enfatizou a ministra.
As populações de Brasília, Goiânia e Belo Horizonte acordaram hoje com nuvens de fumaça escurecendo a paisagem. Em São Paulo, além da gravidade da poluição causada pelos incêndios para quem mora nas cidades do interior, o ar "sujo" já é sentido por moradores da Região Metropolitana da capital. Na região, felizmente, a ocorrência de chuva, ventos e frio desde a tarde de ontem (24/8) ameniza situação. O frio passa a ser uma nova preocupação.
Diversos agentes de órgão públicos compõem as forças-tarefas para combater incêndios e investigar as origens de queimadas em diversas regiões do país. No plano federal, o engajamento envolve Casa Civil, na coordenação das ações e demandas, ministérios da Defesa (com comando sobre as Forças Armadas), da Justiça (PF e Polícia Rodoviária Federal), Integração Regional e Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), entre outros órgãos, além do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Ibama, ICMBio, Funai).
“Cada um tem uma função específica nesse processo para apagar o fogo”, declarou Marina, segundo o site Metrópole. A Polícia Federal informou durante a reunião que há 31 processos de investigação de ações criminosas em todo o país. Dois deles em São Paulo.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, informou que há dois inquéritos para apurar se os incêndios em São Paulo são criminosos. "Mobilizamos as nossas 15 delegacias espalhadas no interior e a nossa superintendência regional, coordenados pela diretoria de Amazônia e Meio Ambiente em Brasília, para que a gente possa identificar a questão que envolve essas queimadas no estado”, explicou. A Polícia Federal também investiga as causas dos incêndios na Amazônia e no Pantanal.