O governo paulista quer contratar o serviço de monitoramento e controle de javalis e javaporco em pelo menos cinco unidades de conservação. A Fundação Florestal, vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, já publicou um edital chamando os interessados. O objetivo é realizar a captura e abate dessa espécie exótica e invasora, já que nesses locais há superpopulação, que prejudica a biodiversidade e ameaça os frequentadores.
O trabalho será feito nas estações ecológicas de Angatuba, Barreiro Rico, Itirapina e Santa Bárbara e o Parque Estadual de Ilhabela. O valor proposto na concorrência é de R$ 1,11 milhão, e as propostas serão recebidas até o dia 23 de dezembro, quando ocorrerá a abertura dos envelopes.
O javali-europeu (Sus scrofa) foi introduzido no Brasil e acabou se disseminando por não ter predador natural, diferentemente do que acontece na Europa, onde principalmente os ursos se alimentam da espécie. O cruzamento do javali com o porco deu origem ao javaporco, que é ainda maior e mais destrutivo. Esses animais também têm rápida reprodução, o que fez com que se espalhassem por diversas regiões do país, e larga capacidade de dispersão. Eles costumam consumir diversas espécies vegetais, atacando as florestas e plantações, além de danificar nascentes pelos hábitos de cavar, revirar o solo em busca de alimento, chafurdar na lama e se refrescar nos cursos d’água. Atacam também animais invertebrados e vertebrados, prejudicando a biodiversidade.
A União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) categoriza a espécie Sus scrofa como uma das 100 piores espécies exóticas, considerando impactos como o ataque em lavouras e animais domésticos; transmissão de doenças como a febre aftosa, leptospirose, peste suína clássica; exposição do solo; alteração da composição da vegetação; predação e competição com espécies nativas. Por isso, está sendo contratado o monitoramento e o controle dos javalis e javaporcos nas cinco unidades.
O objetivo principal é minimizar os impactos gerados pelo avanço da espécie. Com esse serviço, os animais serão capturados com armadilhas formadas por redes ou cercados, nos quais coloca-se a ceva de milho, alimento para atraí-los. Depois de capturados, são posteriormente abatidos e as carcaças destinadas adequadamente.
A estimativa é de abater até 50 animais nas Estações Ecológicas de Barreiro Rico, Angatuba e Santa Bárbara; 30 na Estação Ecológica de Itirapina; e 200 no Parque Estadual de Ilhabela, totalizando até 380 animais.