A estiagem que atingiu a maior parte do Brasil nos últimos meses só fez a produção de mandioca, que já vinha abaixo da média, cair mais. Com a menor oferta do produto no mercado, o preço subiu mais nas últimas semanas. De acordo com os pesquisadores do Cepea, órgão ligado à Esalq/Usp, o preço da mandioca subiu pela 19ª semana consecutiva no Brasil. O consumidor sente o impacto dessas altas em produtos derivados de mandioca, como a tapioca, amidos e até em cosméticos.
Por conta das condições nas lavouras, os produtores tradicionais de mandioca estão comercializando a raiz de forma bem lenta, seja por causa da baixa rentabilidade ou da baixa qualidade da raiz. Outros, optaram por investir em outras lavouras, como soja e amendoim.
As chuvas que atingiram regiões como o Paraná e o Mato Grosso do Sul nas últimas semanas (regiões que produzem muita mandioca) não foram suficientes para aumentar o ritmo das vendas de mandioca tampouco para melhorar a qualidade das raízes no campo, que devido à seca, também apresentam teores de amido baixos.
A oferta limitada e a alta demanda resultaram em alta dos preços pela 19ª semana consecutiva. A média nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 629,86 (R$ 1,0954 por grama de amido), elevação de 2% em relação ao período anterior e de 6,3% em 12 meses, em termos reais (utilizando-se o IGP-DI como deflator).