Lagartas matam 7 mil bois de fome em Roraima; veja os tipos

Milhares de bovinos morreram de fome porque as lagartas devoraram cerca de 50 mil hectares de pastos; infestação ocorre em 15 cidades do estado

Por Viviane Taguchi

Lagarta do Cartucho do Milho
Seagri/SP

As lagartas estão matando bovinos em Roraima. Até agora, mais de 7 mil animais morreram nos pastos, que estão sendo consumidos pelas pragas. Em menos de um mês, as lagartas – de várias espécies – já devoraram 54 mil hectares de pastagens e os bovinos que estavam nestes pastos, morreram de fome. Saiba qual é a lagarta que está destruindo pastos e matando bois em Roraima.

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) não é apenas um tipo de lagarta, mas vários tipos que estão consumindo os pastos em Roraima. Isso está acontecendo porque, com as ondas de calor intensas e a seca que ocorram na região em consequência do El Niño provocaram a proliferação de ervas daninhas nos pastos (plantas invasoras), enfraqueceram a vegetação e levaram à morte animais que seriam seus predadores naturais como insetos e anfíbios. Foram essas plantas invasoras e o desequilíbrio da fauna que atraíram as lagartas para os pastos no início do período chuvoso, em maio. 

As principais lagartas que estão devorando os pastos são do tipo Lagarta do Cartucho do Milho (Spodoptera frugiderda) e a curuquerê dos capinzais (Mocis latipes). 

A Lagarta do Cartucho do Milho é uma das pragas mais destruidoras da agricultura e é capaz de devorar vários tipos de plantas (não somente lavouras de milho) e a Curuquerê dos Capinzais tem um alto poder de desfolha das plantas. Essa praga é comum em lavouras de algodão, mas igualmente à lagarta do cartucho, também ataca outros tipos de plantas.

O Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Iater) de Roraima realizou um levantamento e afirmou que, desde maio, 7.139 bovinos morreram de fome em pastos localizados em pelo menos 15 cidades do estado. De acordo com Marcelo Pereira, presidente da instituição, também há registros de ataques dessas pragas em lavouras da região como as de mandioca e feijão e em áreas de produção olerícola indígena. 

O governo de Roraima decretou situação de emergência e irá oferecer assistência técnica e de crédito rural para os produtores que tiveram prejuízos com as lagartas. 

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