Conheça o peixe barrigudinho, comedor de larvas do mosquito da dengue

Peixe Barrigudinho é uma espécie devoradora de larvas de mosquito transmissor da dengue

Da Redação

Conheça o peixe barrigudinho, comedor de larvas do mosquito da dengue
Peixe Barrigudinho é devorador de larvas de mosquito da dengue
Embrapa

Um estudo da Embrapa apontou que uma espécie de peixe pode ser eficaz no combate à dengue, zika e chikungunya, doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti. Isso porque o peixe é um larvófago, ou seja, ele se alimenta de larvas de mosquitos e age como um agente controlador dessas doenças. Saiba qual a espécie de peixe que pode ajudar a combater a dengue, doença que já matou 15 pessoas no Brasil nas quatro primeiras semanas do ano.

De acordo com o pesquisador Luiz Carlos Guilherme, da Embrapa Cocais, o peixe que pode ajudar no combate à dengue é o Barrigudinho, também conhecido como Lebiste ou Guppy. Ele é estudado desde o início dos anos 2000 e foi incluído em projetos de controle da dengue no Piauí e em Minas Gerais, o Projeto Dengoso, como um poderoso agente de controle biológico. “As larvas do Aedes aegypti se mostraram um alimento de alta qualidade para os peixes”, disse Guilherme.

O peixe começou a ser estudado para controlar a incidência de mosquitos nos aquários e tanques de uma universidade. No entanto, com a descoberta de que ele era um devorador de larvas, ele foi introduzido em locais onde larvicidas tradicionais não eram eficazes ou onde havia uma alta incidência de mosquitos. “A medida também teve impactos socioeconômicos e ambientais, uma vez que o controle químico é mais oneroso e tem efeito cumulativo e mutagênico nos organismos vivos, pessoas e biodiversidade”, explica a professora Alessandra Ribeiro Torres, da Universidade Estadual do Piauí.

O controle biológico com o uso de predadores naturais é uma alternativa que pode ser utilizada sem grandes custos e pouca mão de obra. O uso de peixes é eficiente no controle dos mosquitos, principalmente nas fases de vida aquática do inseto, substituindo, em alguns casos, o uso do inseticida. No Piauí, após o povoamento com o peixe, os pesquisadores observaram que, houve uma menor incidência de mosquitos e a diminuição nos casos das doenças em um raio de 100 quilômetros.

Os peixes são reproduzidos e mantidos em tanques, e depois distribuídos em locais onde o veneno não é eficaz, como as lagoas de tratamento e estabilização de efluentes de indústrias, em recipientes de grande porte - como bebedouros de animais - piscinas desativadas, cascatas e outros ambientes semelhantes. Na região, o Projeto Dengoso é realizado em parceria com o Centro de Controle de Zoonoses e Endemia (CCZ). “É uma abordagem inovadora e sustentável no controle de larvas de mosquitos. O uso de barrigudinhos como método biológico tem se mostrado eficaz no controle de larvas de mosquitos em locais propensos a alagamentos, onde a ação do larvicida pode apresentar limitações e na significativa redução na incidência de mosquitos, abrangendo não apenas o Aedes aegypti, transmissor de doenças como Dengue, Zika e Chikungunya, mas também outros mosquitos, comumente chamados de "muriçocas". 

O projeto utiliza barrigudinhos coletados localmente, evitando a introdução de peixes de outras bacias. 
 

Mais notícias

Carregar mais