O fenômeno El Niño, que provocou intensas ondas de calor no país, excesso de chuvas na região sul e estiagem severa na região norte não está mais atuando sobre o Brasil. No entanto, o fenômeno climático La Niña está previsto para chegar em São Paulo em agosto, trazendo novas instabilidades e riscos à agricultura. Saiba o que é La Niña e como afeta lavouras.

O La Niña é um fenômeno atmosférico, caracterizado pelo resfriamento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico (ao contrário do El Niño, que provocada um aquecimento das águas). Esse efeito provoca mudanças sazonais na circulação geral da atmosfera que podem chegar a durar até 12 meses. 

No Brasil, o La Niña costuma provocar chuvas intensas na região Nordeste, enquanto no Sul as temperaturas sobem e ocorrem secas frequentes. Apesar de o fenômeno ter um certo padrão, os efeitos podem mudar a cada ocorrência. 

De acordo com meteorologistas do Instituto de Meteorologia (Inmet), do Ministério da Agricultura, o La Niña vai pode provocar chuvas abaixo da média em áreas do Centro e Sul do Brasil. Entretanto, o fenômeno deve favorecer as culturas de inverno por causa das ondas de frio, caso o agricultor saiba utilizar esse fato a seu favor. 

Ainda segundo o Inmet, os produtores de milho podem sofrer com perdas na lavoura no segundo semestre do ano. Por isso, os agricultores precisam estar atentos quanto aos efeitos do La Niña na produção agrícola. 

Quais são os efeitos do La Niña na agricultura? 

As oscilações de clima causadas pelo La Niña podem prejudicar fortemente a agricultura, acarretando prejuízos para os agricultores. Isso porque esse fenômeno altera a concentração de chuvas e a distribuição de calor, entre outros fatores. Veja em detalhes:

Períodos de seca fora da época esperada 

As cidades do Sul e Sudeste normalmente são afetadas por longos períodos de seca fora da época prevista quando estão sob influência do La Niña. Isso prejudica fortemente as plantações, sobretudo devido ao abortamento de flores. A soja pode ser uma das culturas mais afetadas por causa da estiagem, por isso os agricultores devem realizar o planejamento cauteloso do começo ao fim da safra.

Clima imprevisível

A região Centro-oeste do país deve sofrer com instabilidade no clima, com estiagens e chuvas intensas repentinas. Dessa forma, o agricultor não tem como prever como estará o clima na região da lavoura quando o fenômeno La Niña ocorrer.  

Perdas por inundação

A região Norte, sobretudo a Amazônia, sofre com inundações e cheia de rios na época de influência do La Niña. As chuvas acima da média prejudicam o ciclo de plantação de diversos cultivos. Mesmo após o nível da água diminuir, os solos encharcados podem ficar improdutivos para futuras plantações devido ao aumento da salinidade. Para solucionar o problema, o agricultor terá que realizar a correção do terreno antes de começar uma nova semeadura.

Aumento da incidência de fungos 

O excesso de umidade e a falta de sol em algumas regiões favorece o aparecimento de doenças causadas por fungos. Com isso, os produtores agrícolas precisam gastar um valor maior com defensivos agrícolas.