Safra de trigo gaúcha deve ter aumento de 55% em 2024, projeta Emater

Veja as estimativas para os principais cereais de inverno cultivados no Rio Grande do Sul

Trigo, triticale, aveia e cevada são cereais de inverno
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O Rio Grande do Sul deve produzir 4.068.852 toneladas de trigo na safra de inverno 2024, o que seria um aumento de 55,27% em relação à safra frustrada de 2023, que totalizou 2.620.493 toneladas (IBGE). A projeção foi feita pela Emater/RS-Ascar na e divulgada nesta sexta-feira (28) em Porto Alegre.

O diretor técnico da Emater, Claudinei Baldissera, ressaltou que a área cultivada de trigo está projetada em 1.312.488 hectares, em 407 municípios, o que representa 12,84% menos quea área de 2023, de 1.505.807 (IBGE). “Essa redução na área de plantio é justificada pelos baixos preços do cereal, pelos riscos climáticos e pela frustração econômica da última safra”, ressaltou.

Segundo dados da instituição, a produtividade prevista para o trigo é de 3.100 kg/ha, o que representa elevação de 77,04%, quando comparada aos 1.751 kg/ha obtidos na safra anterior (IBGE). Apesar das chuvas e do excesso de umidade no solo, o período é de semeadura do trigo e das culturas de inverno, como aveia branca, canola e cevada. No trigo, por exemplo, houve um baixo incremento na área semeada, estimada em 56% da projetada para o Estado.

A emergência do trigo não está uniforme em todas as lavouras, variando conforme o impacto e o volume das chuvas que ocorreram após a semeadura. Nas áreas com maiores volumes de precipitação, houve escorrimento superficial, carreando sementes e solos, além de acúmulo de terra sobre os sulcos de semeadura, o que provocou irregularidade no estande de plantas. Já as lavouras implantadas mais precocemente iniciaram a fase de perfilhamento e recebem tratos culturais, incluindo o controle de plantas invasoras e a adubação nitrogenada em cobertura.

Outras culturas de inverno

A projeção da Emater/RS-Ascar para outras culturas de inverno também foram divulgadas nesta sexta-feira (28). A estimativa para a safra de aveia branca aponta aumento de 0,16% na área cultivada, passando de 364.989 hectares (IBGE) para 365.590 hectares em 2024. 

O cálculo de tendência indica estimativa de produtividade de 2.402 kg/ha, resultando numa produção de 878.271 toneladas de grãos. O pequeno aumento no cultivo do cereal em comparação à safra anterior pode ser justificado pela restrição da oferta e pelo preço elevado de sementes disponíveis em algumas regiões do Estado, o que pode ter desestimulado o plantio.

Já a safra de canola é a que apresenta a maior alteração proporcional na área de cultivo entre os grãos de inverno no Estado, com expansão de 74,35% na extensão das lavouras em relação ao ano anterior. Para a presente safra, projetam-se 134.975 hectares; em 2023, foram plantados 77.418 hectares. A estimativa de safra realizada em 231 municípios aponta uma produção de 226.557 toneladas, e a média de produtividade é de 1.679 kg/ha. O cultivo se concentra no quadrante Noroeste do Estado.
“A expansão das áreas de cultivo da canola nesta safra está diretamente associada aos resultados da safra anterior, aos ganhos econômicos satisfatórios e à redução das perspectivas de cultivo de trigo e, em parte, de milho em áreas irrigadas”, avalia.

A projeção inicial para o cultivo da cevada é de 34.429 hectares, uma redução de 15,4% na área em relação aos 40.695 hectares da safra anterior. O cálculo de tendência, realizado em consulta a 182 municípios gaúchos, indica produtividade de 3.245 kg/ha e produção de 111.707 toneladas.

O levantamento demonstra uma redução no cultivo da cevada, condicionado pela frustração da safra anterior, na qual quase a totalidade dos grãos produzidos no Estado não obteve classificação comercial adequada para a indústria cervejeira. 

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