Bolo de mandioca pode ficar mais caro com baixa oferta da raiz

Saiba como oferta reduzida do ingrediente principal e produção que visa à indústria de amido podem impactar preço do clássico bolinho de café da tarde

Viviane Taguchi

 O valor da tonelada da mandioca aumentou 77% em janeiro de 2023, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura do Paraná. Em janeiro do ano passado, a tonelada custava R$ 603 e agora, está cotada em R$ 1.080. 

Nos últimos dois anos, a estiagem e as geadas intensas no estado prejudicaram as safras de mandioca. Isso impactou o preço de uma receita brasileira tradicional: bolo de mandioca.

Por conta dessa quebra de safra, o preço da raiz subiu 50% de março de 2021 ao mesmo mês do ano passado (relembre na matéria abaixo). E não foi só o bolinho do café da tarde que ficou mais caro no período. 

Além dos alimentos que usam o ingrediente - como tapioca e pão de queijo - sabonetes, xampus e outros cosméticos também ficaram mais caros, porque levam amido na composição.

A mandioca é um alimento supertradicional no Brasil, mas a sua produção no campo ainda é pequena. Isso porque os altos custos de produção e os preços baixos desmotivam os agricultores, que optam por cultivar lavouras que estão mais valorizadas. 

De acordo com o Centro de Estudos Avançados de Economia Aplicada (Cepea), a produção de mandioca em 2023 deve totalizar 18,4 milhões de toneladas. Mas a baixa oferta da raiz vem pressionando os preços. 

Produção da mandioca é voltada para o amido

A maior demanda pela mandioca vem das agroindústrias que utilizam o amido. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam), os mandiocultores estão aumentando gradativamente o interesse na comercialização da raiz, devido aos preços e da recente melhora no teor de amido das raízes.  

No entanto, a oferta ainda está abaixo da demanda industrial, o que minimizou as quedas de preços. 

Entre os dias 6 e 10 de fevereiro, o volume de esmagamento nas fecularias chegou a 49,8 mil toneladas, alta de 58% frente ao apurado na semana anterior, de acordo com estimativas do Cepea, e foi o maior volume semanal desde o início de setembro do ano passado.

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