Recorde mundial de temperatura acende alerta climático global

Climatempo adverte sobre impacto das atividades humanas, que seguem gerando emissões

Recorde mundial de temperatura acende alerta climático global
Onda de Calor
Reuters

O ano de 2024 consolidou-se como um marco climático preocupante ao se tornar o ano mais quente já registrado, superando o recorde anterior de 2023. De acordo com o relatório do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), as temperaturas globais médias ultrapassaram pela primeira vez o limite de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, um dos principais marcos estabelecidos pelo Acordo de Paris. 

Na avaliação da Climatempo, empresa de consultoria meteorológica e previsão do tempo, os números chamam a atenção não apenas pela quebra sucessiva de recordes, mas por reforçar a tendência de aquecimento, com uma taxa de aumento superior a 0,2°C por década.

Em 2024, a temperatura média global foi de 15,10°C, ou seja, 0,12°C superior à de 2023, com um aumento de 1,6°C em relação aos níveis pré-industriais e uma elevação de 0,72°C em relação à média de 1991–2020. Além disso, durante 11 meses do ano passado, as temperaturas ficaram 1,5°C acima da referência pré-industrial, com o mês de julho registrando o recorde diário de 17,16°C, segundo a C3S.

“O agravante deste cenário é que não só as temperaturas seguem subindo em ritmo superior às projeções, como o aquecimento é amplificado pelas atividades humanas que geram emissão de gases de efeito estufa. Seguimos gerando emissões em praticamente todos os tipos de atividades, o que impede que o problema seja solucionado no médio prazo”, afirma Pedro Regoto, gerente técnico da Climatempo e especialista em clima. Em 2024, as concentrações atmosféricas de dióxido de carbono e metano alcançaram níveis históricos: 422,1 ppm e 1.897 ppb, respectivamente.

Ele lembra que as consequências do aquecimento global são visíveis já neste início de 2025, em ocorrências como os incêndios verificados hoje em Los Angeles e na intensidade das chuvas e ventos registrados em diferentes regiões do Brasil. “A tendência é que estes fenômenos se intensifiquem ao longo do ano”, afirma Regoto.

Trata-se de um cenário que impacta tanto a vida humana e animal quanto a economia e as atividades dos diversos setores. “Temos visto as empresas cada vez mais preocupadas em se preparar e prevenir em relação a esses fenômenos, mas é necessário que toda a sociedade se mobilize para conter o mais rápido possível as emissões de gases de efeito estufa, a fim de minimizar a tendência de agravamento das mudanças climáticas”, observa o gerente técnico da Climatempo.

Por meio de ferramentas especializadas, que incluem o SMAC (Sistema de Monitoramento e Alerta Climatempo), o apoio dos radares meteorológicos e a análise aprofundada das informações do clima que é realizada pelos seus meteorologistas, a Climatempo vem atendendo as demandas tanto do setor público, auxiliando órgãos da Defesa Civil na tomada de medidas necessárias para minimizar o risco de condições climáticas extremas à população, quanto o setor privado, incluindo para empresas de energia, de mídia, companhias aéreas e de infraestrutura, entre outras.

“Os serviços de monitoramento do clima se converteram em uma ferramenta imprescindível na estratégia de resiliência climática de empresas de todos os setores e de governos, que precisam de informações mais precisas e em tempo real para lidar com situações extremas”, completa Pedro Regoto.

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