O Brasil é um dos principais produtores de etanol, um biocombustível derivado de alimentos. Até maio, a safra (que começou em abril) já processou 126,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar para produzir etanol. Parte desse volume, é destinado a produção de açúcar e a outra, vira biocombustível, o etanol hidratado ou o etanol anidro. Mas afinal, qual é a diferença entre o etanol hidratado e o etanol anidro?
O etanol hidratado é o etanol comum, vendido nos postos, enquanto o etanol anidro é o produto que é misturado à gasolina. A diferença entre os dois é em relação a quantidade de água presente em cada um deles. O etanol hidratado, o combustível, possui em sua composição entre 95,1% e 96% de etanol e o restante de água, enquanto o etanol anidro (também chamado de etanol puro ou etanol absoluto) possui 99,6% de graduação alcoólica. Dessa forma, o álcool anidro é praticamente etanol puro. A palavra “anidro” tem origem grega e significa "sem água".
Os dois tipos de álcool seguem o mesmo processo de fabricação até eles serem fermentados. Da fermentação, surge o álcool hidratado, com uma taxa de aproximadamente 95% de etanol. Para se obter o álcool anidro é preciso passar o etanol pelo processo de desidratação, que ocorre com a destilação fracionada, em que se evapora a água após separá-la do álcool.
O etanol anidro é misturado à gasolina para baratear o produto, aumentar sua octanagem e reduzir a emissão de poluentes. O Brasil atualmente utiliza a mistura na proporção de 27,5% e o percentual de mistura pode chegar aos 35%. Apenas o Brasil utiliza o etanol hidratado, resultado de um esforço que começou nos anos 1970, o Programa ProAlcool. No entanto, o etanol anidro é usado em quase todos os países do mundo.
Por aqui, o etanol é derivado da cana-de-açúcar e do milho. Na Rússia, o etanol é obtido a partir da beterraba, nos Estados Unidos, do milho e em alguns países da Europa, é o trigo a principal fonte de etanol. Neste ano, esta matéria-prima começou a ser usada em usinas no Rio Grande do Sul.