O Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) informou, nesta terça-feira (10) que a segunda reestimativa da safra de laranja 2024/2025 no cinturão citrícola de São Paulo, Triângulo e Sudoeste Mineiro deverá ser de 223,14 milhões de caixas de laranja de 40,8 kg, 3,4% maior do que o número projetado na reestimativa anterior, que era de 215,78 milhões de caixas e 4,0% menor do que a projeção feita no início da safra, de 232,38 milhões.
O engenheiro-agrônomo e diretor-executivo do Fundecitrus, Juliano Ayres, disse que essa é uma temporada completamente atípica, pois a quarta florada é bastante expressiva na comparação com outras safras, respondendo por 20,23 milhões dos 223,14 milhões de caixas, ou seja, 9,1% da produção total ante 7,1% estimados inicialmente.
Boa parte dessas frutas deve ser colhida fora de época, entre janeiro e abril do ano que vem, com peso menor do que as frutas das três primeiras floradas, 126 gramas contra 161 gramas, respectivamente.
A derriça inicial, de 2.560 laranjeiras, realizada entre os dias 14 de março e 26 de abril, estimava que a quarta florada traria 32 frutos por árvore. Mas a derriça complementar, de 520 laranjeiras, realizada entre 23 de setembro a 25 de outubro, mostrou que serão 54 frutos por árvore.
O impacto da chuva no final da safra
Além da influência da quarta florada, as chuvas intensas de outubro e novembro, 85 milímetros acima da média histórica, contribuíram para o crescimento dos frutos de todas as variedades.
Mas, essas chuvas vieram tardiamente. O cinturão vinha sofrendo com chuvas abaixo da média histórica por 11 meses consecutivos. Com isso, a projeção do peso médio por fruto variou de 169 gramas, em maio, para 155 gramas, em setembro, e agora subiu para 156 gramas. Quando analisado por variedade, e considerando os frutos de todas as floradas, a Pera foi a única que apresentou aumento do peso em relação ao projetado em setembro.
De acordo com Ayres, o valor total do número de caixas de laranja da segunda reestimativa só não se aproximou mais da estimativa de maio porque a taxa de queda de frutos subiu para 19%, ante 18,50%, principalmente por conta do greening e de operações mecanizadas, em especial a poda. Outro fator que contribuiu para esse aumento é a produção da quarta florada, cujo volume foi reestimado para um patamar superior ao projetado inicialmente. Esse aumento de produção deverá prolongar o período de colheita em relação às safras anteriores, intensificando as perdas causadas pela queda de frutos.