O Paraná tem o maior parque moageiro de trigo do Brasil e também, grandes áreas cultivadas com trigo, uma cultura de inverno, e é o segundo maior produtor de trigo do Brasil. Ao todo, o estado tem mais de 60 empresas em operação, responsáveis por processar cerca de 30% das farinhas de trigo. Por lá, a colheita do trigo praticamente já está finalizada, mas as notícias não são boas: nesta safra, a produtividade média ficou abaixo das estimativas iniciais e a produção, caiu, e está faltando trigo. Os estados do Paraná e Rio Grande do Sul são responsáveis por 90% da produção nacional de trigo.
De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), a qualidade do trigo foi prejudicada em áreas afetadas pelas geadas, com grandes percentuais de trigo tipo 2 ou 3, porém, em áreas onde apenas a seca foi problemática, a qualidade está melhor, com PH acima de 78. Entre os principais problemas que afetaram as lavouras estão a falta de frio neste ano e a estiagem.
Agro Band foi até Sertanópolis (PR) mostrar como é a agroindústria de trigo está atuando e driblando os problemas nesta época do ano.
Não houve tantos problemas com chuvas durante a colheita, já que quando choveu na região, a colheita já estava praticamente encerrada. Ainda de acordo com o Deral, a expectativa dos produtores é que as semeaduras mais tardias tenham um desempenho melhor.
As indústrias paranaenses chegaram a investir na ampliação de suas capacidades produtivas, mas o problema tem sido a matéria-prima. O Brasil não é autossuficiente na produção de trigo e, neste ano, será necessário importar quase metade do trigo que o país consome anualmente, em torno de 14 milhões de toneladas. É o segundo ano consecutivo que as agroindústrias brasileiras precisam importar trigo de outros países. “Buscamos trigo em outros estados e em outros países produtores para importar e conseguir atender a demanda do mercado brasileiro, que está aquecida”.
E além da falta da matéria-prima nacional, outros fatores estão impactando o preço do trigo, como a variação cambial. Por ser uma commodity, os preços do trigo são fixados em bolsa de valores e em dólar. E, com isso, quem sai perdendo é o consumidor final, pois com este cenário, tudo indica que daqui pra frente, os preços da farinha de trigo e do querido pãozinho, devem subir nos próximos meses.