Entenda o que está acontecendo com os preços da carne, que deve ficar mais cara em 2025

Preço da arroba subiu muito desde setembro e a tendência é de mais altas para a carne bovina

Por Viviane Taguchi

Ladrões roubam pedras de vesícula de boi no interior de São Paulo
Foto: Reprodução

Após a arroba do boi gordo ter atingido preços mínimos de R$ 215 no início de junho deste ano, ela voltou a subir e, pelo o que tudo indica, não vai parar ao longo de 2025, deixando o preço final da carne, para os consumidores, mais altos. No começo deste mês, a arroba do boi chegou aos R$ 340, o maior preço registrado desde maio de 2022.

A alta nos preços impactou o índice IPCA, que mede a inflação de outubro, e a expectativa é que o cenário se repita em novembro. As carnes bovinas estão mais caras porque a oferta de gado terminado, um termo técnico que significa gado com peso ideal para ser vendido aos frigoríficos, está baixa. A demanda, em contrapartida, está em alta, tanto no Brasil como no exterior. Neste ano, o Brasil deve, inclusive bater recorde nas exportações de carne bovina.

Nesta quinta-feira (21), o Radar Agro, do Itaú BBA, divulgou suas perspectivas para o preço da carne em 2025. O boletim explica, passo a passo, o que aconteceu no setor da pecuária de corte para que os preços subissem. “Foi a partir de setembro que a inclinação da curva mudou, com uma escalada forte no preço do animal. As razões por trás desta dinâmica vêm do lado da oferta, mas também muito em função da demanda”, diz a nota.

O que aconteceu com o preço da carne:

  • Após atingir mínimas de R$ 215/arroba no mês de junho deste ano, os preços do boi gordo em São Paulo começaram a se recuperar e escalaram a partir de setembro, pela combinação de uma desaceleração da oferta de gado terminado (animal que está pronto para o abate) e um impulso considerável da demanda.
  • As exportações de carne bovina atingiram novos recordes em setembro e outubro.
  • Com a moderação dos abates e as fortes exportações, a disponibilidade interna de carne diminuiu a partir de setembro, ajudando a transferir a alta no preço do gado para o atacado, com o cenário favorecido pelos bons indicadores de renda e emprego.
  • O preço do bezerro, que é medido em quilos, subiu 44% entre setembro e novembro, acompanhando a alta do preço do boi gordo
  • Espera-se que a procura por reposição de gado aumente com a recuperação das pastagens, impulsionando os preços da cria e fortalecendo o processo de retenção ao longo de 2025. Ou seja, vai ter menos gado pronto para o abate no ano que vem, e isso vai reduzir a oferta de carne. A tendência é que a o consumo de carne no Brasil deve continuar em alta no curto prazo, mas oferta limitada pode levar a mais aumentos nos preços.

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