O churrasco de fim de ano deve ficar mais salgado para o bolso dos brasileiros. Nem mesmo a estabilização nos preços da arroba do boi gordo devem segurar os preços da carne no varejo. A carne foi o item que mais puxou a inflação em novembro, com uma alta de 8,02%.
O preço da arroba do boi gordo, índice que controla os preços da carne bovina na cadeia produtiva, caiu nos primeiros 10 dias de dezembro, mas ainda assim, continua mais alto que no mesmo período do ano passado. Em novembro, a arroba do boi subiu significativamente, e chegou a valores que não eram praticados desde maio de 2022.
Os preços se estabilizaram porque houve uma mudança no sistema de compras entre pecuaristas e frigoríficos. Os frigoríficos começaram a comprar animais que estavam confinados (prontos para o abate) e isso contribuiu para que as escalas de abate fossem reorganizadas. Com isso, o preço da arroba está estável.
O Agro Band desta terça-feira (10) mostra como os preços da arroba do boi gordo se comportaram nos últimos meses. A arroba chegou a R$ 352 em novembro e neste início do mês, está estabilizada em R$ 323. Mas, ainda assim é um valor mais alto. Em junho deste ano, a arroba era comercializada, em média, por R$ 215.
Nesta terça-feira (10), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação, e apontou uma alta de 4,87% no ano. Em novembro de 2023, a variação havia sido de 0,28%. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, três tiveram alta e a maior variação (1,55%) e o maior impacto (0,33 p.p.) foram registradas em Alimentação e bebidas.
A carne foi protagonista das altas neste grupo, com uma alta de 8,02%, com destaque para a alcatra (9,31%), chã de dentro (8,57%), contrafilé (7,83%) e costela (7,83%). Foi o aumento mais expressivo desde dezembro de 2019, quando as carnes tinham subido 18,06%.
"Não só carne bovina, como carne de porco e frango tiveram aumentos de preços em novembro", atentou Denise Cordovil, analista do IBGE. “Nas carnes, observamos uma menor disponibilidade no mercado interno de animais para abate e também aumento das exportações, que já estávamos observando há algum tempo ao longo deste ano”.