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Rainha da Dinamarca entra em buraco cavado na lavoura para conhecer tecnologias brasileiras

Na Embrapa Cerrados, rainha e ministro conheceram tecnologias inéditas

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Rainha da Dinamarca entra em buraco na lavoura
Divulgação Mapa

Em passagem pelo Brasil na última sexta-feira (4), a rainha consorte da Dinamarca, Mary Donaldson e o ministro dinamarquês do Clima, Energia e Serviços Públicos, Lars Aagaard, visitaram a Embrapa Cerrados, um centro de pesquisa agrícola com atuação no Cerrado e foco nos desafios e oportunidades relacionados aos impactos da agricultura sobre a biodiversidade e o meio ambiente no Brasil.

A rainha conheceu a Vitrine de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta implantada na Embrapa Cerrados, onde atualmente foram cultivados milho, sorgo, trigo, girassol, capim braquiária e eucalipto. A tecnologia permite que o Brasil duplique a produção de grãos e de carne sem desmatar novas áreas, já que o produtor pode ter três ou mais colheitas em uma única safra, por exemplo, grãos da safra principal e da safrinha, pasto para a produção de carne ou leite, além de frutas ou madeira das árvores.

A rainha também plantou uma muda de ipê-amarelo, árvore típica do Cerrado brasileiro e marcante na paisagem de Brasília, para simbolizar os interesses comuns entre o Brasil e a Dinamarca em prol de uma agricultura mais sustentável e da preservação da biodiversidade.

Representando o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luiz Rua, ressaltou que o Brasil tem uma produção sustentável, principalmente no que diz respeito às tecnologias utilizadas nas práticas agrícolas.

“Neste ambiente, a rainha pode ver uma modalidade muito sustentável, a ILPF, que é tudo isso dentro de um ecossistema produtivo e que muitas partes do Brasil têm adotado cada vez mais. Isso é graças ao trabalho exemplar da Embrapa, a joia da coroa do nosso país, que trabalha com os melhores níveis de tecnologia, eficiência e inovação”, destacou Rua.

Historicamente, a parceria comercial entre os dois países é antiga, especialmente quando se trata de promover a cooperação agrícola. Em 2023, as exportações brasileiras de produtos agropecuários para a Dinamarca somaram US$ 366 milhões, com ênfase no complexo soja, que domina a pauta exportadora com 83% do total exportado.

Em agosto deste ano, o ministro Carlos Fávaro e a embaixadora da Dinamarca no Brasil, Eva Bisgaard Pedersen, assinaram um Memorando de Entendimento (MoU) entre o ministério da agricultura do Brasil e o ministério da Alimentação, agricultura e pesca da Dinamarca, com o objetivo de estimular o desenvolvimento mútuo de sistemas agrícolas e pecuários, dando ênfase à agropecuária sustentável.

Pesquisa e inovação

Os pesquisadores da Embrapa apresentaram duas tecnologias. A Bioanálise de Solo (BioAS), onde estudos demonstram, em seu campo experimental, que as tecnologias e técnicas utilizadas para promover a saúde do solo resultam em maior produtividade e na redução da necessidade de insumos químicos. Essas práticas incluem manejo sustentável, uso de culturas de cobertura e aplicação de métodos de conservação do solo, que não apenas melhoram a fertilidade, mas também contribuem para a preservação dos recursos naturais a longo prazo.

O sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é uma estratégia de produção que consiste na implantação de diferentes sistemas produtivos de grãos, fibras, carne, leite, agroenergia, entre outros, na mesma área, em plantio consorciado, sequencial ou rotacional. O uso da terra é alternado, no tempo e no espaço, entre lavoura e pecuária.

Atualmente, no Brasil, mais de 17 milhões de hectares têm produção em sistemas integrados. Embora pareça pouco, essa área corresponde praticamente aos territórios de Portugal e da Suíça juntos. Os benefícios desses sistemas já foram comprovados pela pesquisa. Uma pastagem com baixa produtividade sequestra 182 quilos de carbono, enquanto áreas que adotam a Integração Lavoura-Pecuária juntamente com o plantio direto sequestram 1.273 quilos do gás, ou seja, um resultado sete vezes maior.

A implantação de ILPF em apenas 15% da área é capaz de neutralizar a emissão de carbono de toda a propriedade rural. Outro estudo demonstrou o impacto positivo da sombra para vacas leiteiras, com aumento de até 24% na produção de leite por vaca e de 80% na produção de embriões.

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