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O que tinha na chuva preta que caiu no Rio Grande do Sul?

Resultado da investigação em laboratório aponta que água da chuva continha fuligem de queimadas

O que tinha na chuva preta que caiu no Rio Grande do Sul?
Airton Fernandes/Defesa Civil SC

A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) divulgou nesta semana o resultado das análises laboratoriais realizadas em amostras da chuva preta que caiu sobre o Rio Grande do Sul nos dias 12 e 13 de setembro. A água da chuva preta foi captada em local isolado, sem árvores ou fios de energia, para evitar contaminações. 

De acordo com o Fepam, essas amostras foram analisadas por sondas multiparâmetros YSI PRODSS, e foram realizadas as medidas de pH, turbidez, condutividade, salinidade, oxigênio dissolvido (OD) e potencial de oxirredução (ORP).

Os resultados das análises não indicam haver quantidade significativa de partículas finas, o que sugeriria a presença de fuligem das queimadas. As medições de turbidez, que mostram a presença de sólidos em suspensão, foram relativamente baixas. A turbidez da amostra do dia 12, que foi de 40,59 NTU, indicou que a primeira chuva, que caiu lentamente, trouxe mais partículas finas. Mas a amostra do dia 13, coletada durante uma chuva mais intensa, apresentou uma turbidez mais baixa, próxima ao valor de referência dado pela Norma NBR 15527, 5,0 NTU (unidade padrão usada para medir a turbidez). Isso sugere que a quantidade de material em suspensão carregada pela chuva já era menor.

As amostras foram analisadas ao longo de várias horas após a coleta, o que pode ter influenciado alguns resultados. Em particular, a medição do pH e do oxigênio dissolvido deve ser feita dentro de 15 minutos após a coleta para garantir precisão.

Embora a água da chuva seja uma matriz muito limpa e não esteja geralmente incluída nos estudos da Divisão de Laboratórios da Fepam, a atual situação das queimadas levou à mobilização de recursos do laboratório para fornecer alertas sobre possíveis impactos. Os medidores multiparâmetros de última geração da Fepam garantem dados precisos para monitoramento e alertas, se necessário.

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