Brasil e a China assinaram nesta quarta-feira (20), em Brasília, um acordo histórico para a exportação de gergelim e as negociações podem ser ampliadas futuramente, beneficiando os produtores de outros pulses do Brasil.
De acordo com Marcelo Eduardo Lüders, presidente do Instituto Brasileiro dos Pulses e Colheitas Especiais, A assinatura do acordo abre oportunidades para novas culturas, como os feijões, que podem ser incluídos em breve, aumentando as possibilidades de exportação para produtores brasileiros. "É uma tarefa árdua, porém as negociações para o acordo do gergelim deixaram claro que, unindo as mais diversas entidades brasileiras e o setor publico, é possível avançar de forma consistente e segura”.
O gergelim é uma cultura de entressafra que representa uma oportunidade para aumentar a competitividade do agronegócio brasileiro, especialmente com a China que é o maior importador mundial desse produto. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou que a abertura deste mercado se alinha com o crescimento da produção nacional, que aumentou 104% no último ano.
Ainda segundo o ministro, a expectativa é que essa parceria gere receitas significativas e amplie as exportações brasileiras
Além do gergelim, o acordo assinado entre Brasil e China também inclui a abertura do mercado chinês para uvas frescas e sorgo. Carlos Fávaro, destacou que as negociações estão avançadas para outros produtos, que serão tratados em um momento posterior. O Brasil busca expandir sua presença no mercado chinês, que é o maior importador mundial de gergelim e outros produtos agrícolas.
A produção brasileira de gergelim está crescendo no Brasil. Para a safra 2023/24, estima-se uma produção de 360.000 toneladas, segundo a CONAB, um aumento de 228 % em relação a 2021. Mato Grosso lidera, com 246 mil toneladas, representando 46,7% da produção nacional. O Brasil também viu um aumento nas exportações, que saltaram de US$ 79 milhões em 2021 para US$ 245 milhões até outubro de 2024, refletindo um crescimento de 210%.
A cidade de Canarana, no Mato Grosso, foi detém o título de capital mundial do gergelim e outros polos despontam em Goiás, Pará e Tocantins. Além disso, há potencial para produção na Bahia, Minas Gerais, Maranhão e Rondônia, para citar apenas alguns dos estados mais promissores.
O cultivo do gergelim se encaixa bem em determinadas regiões em momentos de perda da janela ideal de plantio de milho, por exemplo, na segunda safra.