O clima não ajudou e a produção de uvas da variedade niágara vai ser menor na principal região produtora, Jundiaí, no interior de São Paulo. A uva de mesa da variedade niágara é uma das mais consumidas no período de festas de fim de ano e, por isso, devem ter aumento de preços, deixando a ceia de natal mais cara.
As condições climáticas que atingiram a região, frio tardio no período da brotação e a estiagem na época da florada, interferiram no desenvolvimento dos cachos, que estão menores. A estimativa dos produtores é que a safra seja 30% menor neste ano.
O produtor rural Anderson Alex Tomaseto explica que a uva niágara é uma fruta muito sensível às condições climáticas, principalmente nas fases da brotação e florada, período que a cultura exige calor para se desenvolver muito bem. “E fez frio nessa época”, diz. “O inverno deste ano foi muito quente e quando a estação acabou, e deveria ter feito calor, as temperaturas caíram”.
Para driblar o prejuízo, o produtor precisa inovar no manejo e a poda, que antes era feita em todo o parreiral ao mesmo tempo, agora é dividida por talhões e períodos do ano.
Com a chegada das festas de fim de ano, o consumo de uvas entre os brasileiros aumenta consideravelmente. A fruta faz parte das simpatias de réveillon e é muito usada em receitas natalinas, além de estar na fórmula de sucos, vinhos e espumantes. Famosa pela riqueza de nutrientes antioxidantes, como o resveratrol e as ancitocianinas, a uva é uma das frutas mais consumidas no Brasil.
O pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, João Maia, diz que as uvas mais apreciadas pelos brasileiros são a niagara rosada e as sem semente. Existem 10 variedades de uvas para consumo in natura com semente e 10 variedades sem semente. Com a safra menor e o consumo em alta neste fim de ano, possivelmente as uvas sofrerão aumento de preços, deixando a ceia mais cara.