Morre o criador da palavra agrotóxico e pioneiro na agroecologia no Brasil

Professor Adilson Paschoal morreu aos 82 anos, em Piracicaba (SP)

Da Redação

Morre o criador da palavra agrotóxico e pioneiro na agroecologia no Brasil
Professor Adilson Paschoal, criador do termo agrotóxico
Reprodução/Redes Sociais

Morreu, nesta quinta-feira (16), e m Piracicaba (SP), o criador do termo agrotóxico. O professor Adilson Paschoal, de 82 anos, também foi um dos pioneiros da agroecologia no Brasil e fundador da Agricultura Orgânica na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), onde foi professor titular por décadas e professor sênior, mesmo após a aposentadoria, em 1998. 

Paschoal sofria de uma doença hereditária chamada miastenia, uma doença autoimune que afeta a comunicação entre os nervos e os músculos.

Paschoal nasceu em Casa Branca (SP), em 8 de novembro de 1941. Estudou Agronomia na Esalq e obteve os títulos de doutorado, pós-doutorado e livre-docência. Nos anos 1970, Paschoal estudou nos Estados Unidos, onde obteve um doutorado em zoologia, especialização em ecologia e conservação de recursos naturais pela Ohio State University. Durante a estadia no país, ele estudou e viu a disseminação das técnicas da chamada Revolução Verde, da qual discordava.

O professor foi membro do grupo pioneiro da agroecologia no Brasil, quando a "disciplina" ainda era chamada de "agricultura alternativa", e um dos fundadores da Associação de Agricultura Orgânica (AA). Uma das maiores parceiras de Paschoal foi a agrônoma austríaca Ana Maria Primavesi, responsável por uma revolução no entendimento da vida do solo. 

Em 1979, Paschoal publicou um artigo em que, pela primeira vez, definia a palavra agrotóxico para ser aplicada a herbicidas e praguicidas, conceito que seria expandido em seu livro do mesmo ano intitulado Pragas, praguicidas e a crise ambiental, obra de referência para os estudos da agroecologia. 

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