Os frigoríficos de aves vão aderir à suspensão das entregas de frangos para a rede de lojas do Carrefour no Brasil, acompanhando o movimento iniciado pelos frigoríficos de carnes bovina na última sexta-feira (22). A informação foi divulgada pelo Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, à Folha de S.Paulo, nesta segunda-feira (25).
De acordo com Fávaro, o setor de proteína animal, que agrupa as agroindústrias de carnes de frango, suíno e ovos, vai aderir à suspensão de vendas ao Carrefour até que o grupo faça uma retratação pública e formal aos países do Mercosul. A retaliação é uma resposta à declaração do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, que na última quarta-feira (20) declarou que as lojas do grupo na França não iriam mais vender produtos produzidos nos países do Mercosul, principalmente carnes. A sua declaração foi feita em apoio aos agricultores locais que estão protestando pelo país contra um possível Acordo Comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Fávaro considerou a fala do executivo “um absurdo” e indicou protecionismo.
Nas declarações, o ministro Fávaro ainda ressaltou que a decisão de suspender a entrega de produtos ao Carrefour no Brasil tem o apoio total do Ministério da Agricultura, além das instituições que representam os setores exportadores, como a Abiec (Associação Brasileira de Exportação de Carne Bovina), cujas agroindústrias associadas representam 98% das exportações de carnes do Brasil. No sábado (22), a federação que representa os restaurates e hotéis de São Paulo (Fhoresp) anunciou apoio ao setor do agronegócio e disse que não compraria produtos do Carrefour até uma retratação.
Questionada, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa as agroindústrias do setor de frangos e suínos não comentou o assunto. O ministro citou apenas o setor de frangos e não fez nenhuma menção relacionada aos produtos de origem suína e ovos.