O milho ultrapassou a soja e foi o principal produto da pauta de exportação goiana em janeiro de 2023, segundo dados divulgados pelo Agrostat do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A exportação do grão no período foi de 514,6 mil toneladas, totalizando US$ 145,8 milhões. A commodity superou os números do complexo soja que sempre esteve em primeiro lugar no ranking de exportação goiana. Em janeiro, o complexo soja registrou 235,7 mil toneladas e 139,6 milhões de dólares.
Comparando os meses de janeiro de 2022 e 2023, enquanto o milho registrou crescimento de 170,3% em termos de volume de exportação e de 219% em relação ao valor, a soja apresentou queda de 58,2% no caso da quantidade exportada e de 52,7% em relação ao valor exportado.
"Com o prognóstico de uma safra boa de milho neste ano, em Goiás, o produtor tem investido com o apoio do Governo de Goiás na produção do grão. Um exemplo é o FCO [Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste], cujos recursos têm sido aplicados nas lavouras goianas de milho também, além da soja", reforça o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tiago Mendonça. "Para o produtor de milho é um bom momento o que estamos vivendo", ressalta.
Apesar do declínio no volume de exportação da soja ser comum para o mês de janeiro, segundo os dados disponibilizados pela plataforma, desde o segundo semestre do ano passado o milho já dava sinais de crescimento, chegando a encostar no volume exportado de soja no mês de novembro (556,9 mil toneladas de soja contra 510,4 mil toneladas de milho) e ultrapassar no mês de dezembro (428,4 mil toneladas de soja contra 797,6 mil toneladas de milho).
China - "Apesar dos números altos do volume exportado de milho em Goiás, durante janeiro, registrados em anos anteriores, a soja sempre ficava em primeiro lugar no ranking de valor de exportação. Desde novembro essa equação mudou, com a entrada na China nas negociações do grão", analisa o secretário Tiago Mendonça. De acordo com informações do Mapa, desde novembro de 2022, a exportação de milho para a China foi autorizada, o que somado à continuidade do conflito na Ucrânia e o ritmo lento da colheita da soja pesaram para os resultados encontrados.
Em novembro de 2022, quando a China deu início as importações de milho do Brasil, Goiás comercializou para aquele país 26,1 mil toneladas (5,7 milhões de dólares). O maior comprador de milho naquele mês era Coreia do Sul, com 144,5 mil toneladas (40,5 milhões de dólares); seguido de Japão e Irã. China estreou em sexto lugar no ranking de compradores.
Em dezembro, o volume de milho goiano exportado para a China subiu para 295,7 mil toneladas (79,8 milhões de dólares), alçando o país ao primeiro lugar de compradores da commodity goiana - posição que se manteve no mês de janeiro, quando Goiás exportou para aquele país 134,2 mil toneladas (35,7 milhões de dólares). Entre os estados brasileiros, Goiás é o segundo maior exportador de milho para a China, atrás apenas de Mato Grosso. No total, em janeiro, a China comprou 983,7 mil toneladas de milho do Brasil (271,4 milhões de dólares).
Açúcar, etanol e carnes - Além do milho e da soja, primeiro e segundo lugares, respectivamente, na pauta de exportações do agro goiano, em janeiro, também aparecem entre os produtos exportados o complexo sucroalcooleiro, carnes, couros, produtos oleaginosos (exclui soja), fibras e produtos têxteis, entre outros. Considerando apenas produtos do agro, em janeiro Goiás exportou 490,6 milhões de dólares e importou 9 milhões de dólares em produtos (valores desconsideram químicos, como fertilizantes, por exemplo).