Israel libera venda de carne bovina cultivada em laboratório

Empresa cultivou e multiplicou as células de uma vaca angus para criar o primeiro produto conhecido no mercado

Da Redação

Israel libera venda de carne bovina cultivada em laboratório
Carne bovina é cultivada em laboratório e é vegana
Reprodução

O Ministério da Saúde de Israel anunciou, nesta quarta-feira (17) a aprovação regulatória a comercialização de carnes bovinas cultivadas no país. A empresa Aleph Farms, que é israelense, já recebeu a notificação e se torna a primeira do mundo a poder vender o produto. Nos Estados Unidos e em Singapura, a venda de carne cultivada de frango já é permitida, mas a regra não vale para a carne bovina.

O anúncio aponta que a empresa Aleph Farms tem a permissão para produzir e vender o produto em Israel, de acordo com as diretrizes específicas para rotulagem e publicidade fornecidas pelo Ministério da Saúde local e à conclusão da inspeção da instalação de produção piloto.

O The Good Food Institute (GFI) foi a primeira organização a apresentar a tecnologia de carne cultivada aos reguladores israelenses e ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, por duas vezes (2020 e 2023), ocasiões em que ele experimentou a carne cultivada da empresa. Além disso, a Aleph Farms foi fundada com base no projeto de doutorado de um ex-cientista sênior do GFI, doutor Tom Ben Arye Cohen.

"A aprovação da carne cultivada em Israel representa um avanço para o setor de proteínas alternativas globalmente. Este é um exemplo brilhante do que a inovação, aliada à ciência e à sustentabilidade, pode alcançar. No The Good Food Institute Brasil, vemos isso como um sinal promissor do que está por vir”, afirma o presidente do The Good Food Institute Brasil, Gustavo Guadagnini.

Para ele, “o fato de que este produto específico já está programado para chegar ao Brasil, em parceria com a indústria local, é um testemunho do potencial que a carne cultivada tem para revolucionar o sistema alimentar, oferecendo alternativas sustentáveis e éticas sem comprometer o sabor ou a tradição”.

“Este também é um momento crucial para Brasil, que também publicou seu o primeiro caminho regulatório para produtos do tipo e pode se posicionar como líder na adoção e na inovação de proteínas alternativas, trazendo benefícios tanto para a nossa economia como para o meio ambiente”, comemora Guadagnini.

Bife cultivado de angus

O primeiro produto que vai para o mercado será um bife cultivado a partir de células de gado da raça Angus. O produto híbrido de carne é composto por células não modificadas e não imortalizadas de uma vaca Angus preta premium, com uma matriz de proteína vegetal feita de soja e trigo. Além das células derivadas de um dos óvulos fertilizados da vaca, não há outros componentes de origem animal no processo de cultivo ou no produto. O processo controlado e rastreável é realizado em um ambiente de produção asséptica, o que reduz significativamente os riscos de contaminação e exclui a necessidade da presença de antibióticos.

Assim que os requisitos de rotulagem e inspeção da instalação forem concluídos, o será disponibilizado em restaurantes selecionados para, depois, ser distribuído para outros serviços de alimentação e varejo. A empresa afirmou que produzir o alimento tem custos semelhantes aos da carne bovina premium convencional. 

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