O Fórum Caminhos para o Futuro, realizado nesta segunda-feira (8) pela Rádio Bandeirantes, que comemora 86 anos, realizou, em um dos painéis, um debate sobre o agronegócio e a sua relevância para a economia brasileira e o futuro do mundo. Participaram do evento, o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, o professor da FGV, Daniel Vargas, a advogada ambiental Samanta Pineda e o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Pedro Lupion.
Um dos temas bastante discutido entre os convidados foi relativo às invasões de terras que estão ocorrendo em todo o país, coordenados pelos líderes do Movimento dos Trabalhadores dos Sem-Terra (MST). Daniel Vargas, da FGV, ressaltou que o tema é delicado e uma questão bastante antiga do Brasil. “Estamos há 300 anos discutindo a gestão das terras”, afirmou. “Ao mesmo tempo, há grupos que acreditam que é preciso fazer um apedrejamento daqueles que trabalham e que produzem e esse tipo de ação não ajuda ninguém".
O professor ainda ressaltou que as invasões são um desserviço para a própria causa do movimento. “No momento em que a agricultura é cada vez mais um desafio que beira investimentos tecnológicos, de constituição de trabalho qualificado, de assimilação de boas práticas e incorporação de ideias, isso [invasões] é negar a própria natureza do agro”.
Sustentabilidade no agronegócio - A advogada Samanta Pineda afirmou que o país está fazendo um trabalho ambiental correto - e destacou que o Brasil é o único país do mundo que necessita comprovar compensações ambientais - e, por isso, algumas propriedades têm excedente de vegetação. “Às vezes, invasões ocorrem em áreas nativas de tão grandes que essas áreas são dentro das propriedades, principalmente na região Norte”.
A advogada lembrou que as invasões de terras ocorridas em fevereiro e em abril (Fevereiro e Abril Vermelho), embora tivessem sido atribuídas aos movimentos de esquerda, nunca teve, de fato, apoio do governo federal.
Samanta Pineda ainda destacou os sistemas produtivos brasileiros que estão inseridos na agricultura de baixo carbono, como por exemplo a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).