Indústria de suco de laranja investe R$ 20 milhões em nova unidade no Paraná

Região é a principal produtora de laranjas do Paraná

Indústria de suco de laranja investe R$ 20 milhões em nova unidade no Paraná
Fábrica de suco de laranja no Paraná
Ari Dias/AEN

A Cutrale, produtora de suco de laranja e laranjas in natura, inaugurou nesta sexta-feira (23) a primeira unidade da companhia no Paraná. A nova fábrica está localizada na cidade de Paranavaí, região noroeste do estado. O investimento é de R$ 20 milhões.

O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, participou da inauguração e destacou que a produção de laranja é mais rentável do que outras culturas, e a chegada da empresa é um incentivo a mais para os citricultores. “A Cutrale é uma das maiores do setor de laranja do mundo. Uma empresa brasileira que nós temos muito orgulho e que agora planta a sua semente no Paraná, em especial na região de Paranavaí, que já é consolidada na citricultura, com mais de 50 anos como uma grande produtora de laranja de qualidade”, afirmou o governador.

“Tendo aqui um centro de seleção de frutas, isso ajuda a consolidar essa vocação do nosso Estado. Passa a ser também mais um incentivo para o agricultor, como uma opção de cultivo para ele no dia a dia”, complementou. “A Cutrale produz 50% do suco de laranja do Brasil para exportação e escolheu Paranavaí como mais uma opção da sua casa. É mais uma opção para o agricultor”.

Segundo o diretor-executivo da Cutrale, Ricardo Franzini Krauss, a escolha do Paraná foi estratégica, um movimento planejado há, pelo menos, oito anos. “Nós tivemos muito apoio do Estado. É um município que já tem a citricultura no sangue e o Paraná tem na sua essência essa capacidade de produção”, ressaltou. “São importantes produtores, eficientes, e nós estamos vindo exatamente para ajudá-los a serem ainda mais eficientes, oferecendo mais um ponto de opção de entrega de frutos”.

Com base em São Paulo, estado que tem sofrido com o greening, a empresa tem buscado alternativas e viu no Paraná a oportunidade de manter a qualidade de seus produtos. “Essa doença é um problema do mundo. Regiões como os Estados Unidos, México e até mesmo o Brasil estão tendo dificuldade, mas o Paraná tem conseguido trabalhar nessa questão, de forma integrada com a iniciativa privada, o que tem sido muito importante para a citricultura na região”, explicou o secretário de Agricultura e Abastecimento, Natalino Avance de Souza.

O Estado conta com uma rede robusta de cuidado para erradicar a doença nas plantações, por meio do Sistema Estadual de Agricultura (Seagri), em especial com o trabalho dos técnicos da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar).

No Centro de Recepção de Paranavaí, as laranjas são coletadas diretamente dos produtores rurais antes de serem processadas na indústria. O processo inclui a recepção, classificação e armazenamento das frutas. O BIN, nome dado a estrutura de armazenagem, tem capacidade para até 15 mil caixas de laranjas com 40 quilos cada.

O produtor chega na unidade, descarrega e, na mesma hora, outro caminhão já faz o carregamento, que será enviado para a fábrica da empresa em São Paulo. Com isso, o produtor não precisa se preocupar com frete, o que barateia os custos.

No início das operações, a Cutrale está com um turno, com 16 funcionários diretos, fora os indiretos, envolvidos com o transporte. A expectativa é que, com a consolidação das operações, sejam quatro turnos, triplicando o número de empregados.

LARANJA – A citricultura é o ramo mais representativo na fruticultura paranaense. Dados preliminares do Valor Bruto de Produção (VBP) de 2023 apontam que os principais citros – laranjas, tangerinas e limões – foram cultivados em 29,3 mil hectares no Estado. A laranja é o destaque, com 20,8 mil hectares.

Os citros tiveram produção de 860,6 mil toneladas, sendo 731,5 mil toneladas de laranjas. Em rendimento monetário, a fruta foi responsável por R$ 751,8 milhões em todo o Paraná.

Paranavaí figura como a principal produtora de laranjas do Estado, com 184 mil toneladas no ano passado, pouco mais de 25% da produção estadual, com um ganho de R$ 189,1 milhões, em uma área de 4,6 mil hectares.

Os dados consolidados de 2022 também confirmam a liderança na produção. Dos 399 municípios paranaenses, 268 registraram a produção da fruta. A cidade do Noroeste foi a que mais produziu no Estado, com 126 mil toneladas e um VBP de R$ 116,1 milhões, bem acima do segundo colocado, Alto Paraná, na mesma região, que produziu 90 mil toneladas com ganho de R$ 83,7 milhões. Das 10 cidades que mais produzem a fruta, seis estão na região. As outras quatro estão ao lado, no Norte.

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