Em Minas Gerais, empresários anunciaram que irão iniciar uma produção de mosquitos aedes aegypt modificados para tentar controlar a epidemia de dengue no Estado. A biofábrica começa as atividades na semana que vem.
A construção da unidade para controle de arboviroses - como zika, dengue e chikungunya - está prevista no Acordo Judicial firmado pelo poder público com a Vale, em razão dos danos provocados pelo rompimento da barragem na Mina do Córrego Feijão, em Brumadinho, 2019. “Com a biofábrica, poderemos ter uma redução expressiva no número de casos”, pontuou o governador Romeu Zema, ao anunciar o investimento. “Provavelmente, este será o último ano aqui em Minas sem que tenhamos essa arma potente pronta para utilizar”, enfatizou o governador, tendo em vista que a expectativa é que a construção seja concluída em maio de 2024.
O governador também ressaltou gravidade do elevado número de casos no estado e da necessidade de cada um fazer sua parte, ao vigiar os possíveis focos de Aedes aegypti nas próprias casas e permitir a entrada dos agentes de saúde, por exemplo.
“Lembro que o ciclo de incidência elevada não ocorre geralmente em anos consecutivos, mas a cada três, quatro anos. Então, em caso de uma nova fase de alta – se é que viremos a ter -, teremos tempo para nos precaver. Com a fábrica a pleno vapor, milhões de mosquitos serão produzidos e soltos no estado, ajudando a conter o avanço da transmissão”, completou.
Instalação e atividade - A biofábrica será instalada em um terreno do Governo do Estado localizado no bairro Gameleira, região Oeste de Belo Horizonte, com um valor de construção de mais de R$ 20 milhões. Posteriormente, no entanto, segundo o secretário de Estado de Saúde, o médico Fábio Baccheretti, o objetivo será estender a tecnologia para o combate à transmissão dessas doenças em todo o estado. “A previsão é termos os primeiros mosquitos já sendo espalhados nessa região no final de 2024, e que o próximo ano epidêmico seja daqui a três anos”, analisou Baccheretti.