Gripe aviária no Uruguai e Argentina acendem alerta no Brasil

Mais de 150 milhões de aves já foram sacrificadas em diversos países do mundo

Viviane Taguchi

Uruguai e Argentina confirmaram, nesta quarta-feira (15/02) casos positivos de gripe aviária de alta patogenicidade (H5N5) e coloca o Brasil em alerta. A doença, que desde o começo do ano passado já atingiu rebanhos avícolas na Europa e Estados Unidos, também já foi confirmada no Japão e agora, em países da América do Sul. Mais de 150 milhões de aves foram sacrificadas ao redor do mundo. O Brasil não tem casos da confirmados da doença.

Nesta semana, cinco gansos de pescoço preto foram encontrados mortos em um parque, em Laguna Garzón, cerca de 180 km da fronteira com o Rio Grande do Sul. Na Argentina, gansos andinos encontrados mortos em Laguna de los Pozuelos, na Província de Jujuy, Argentina, tiveram confirmação da doença. Os casos foram oficialmente reconhecidos pelos governos locais.

A gripe aviária é uma doença altamente contagiosa que afeta aves domésticas e silvestres e pode causar grandes prejuízos aos criadores. Por isso, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) do Brasil já intensificou a vigilância nas fronteiras com os países.

“Estamos tomando providências preventivas, reforçando nosso sistema de vigilância nas fronteiras, mas garantindo que, por ora, o Brasil continua com status livre da gripe aviária”, disse  ministro da agrcicultura, Carlos Fávaro, ressaltando que a doença não é transmitida pela carne de aves e nem pelo consumo de ovos.

Além do aumento das medidas de vigilância ativa, que inclui o fortalecimento da fiscalização pelo Ministério da Agricultura, o ministro destacou a  importância da vigilância passiva, que é a comunicação da doença por produtores e pelos cidadãos que percebam sintomas em aves caseiras ou silvestres.  

Ao perceber aves com sinais respiratórios, nervosos, digestivos ou alta mortalidade, inclusive em aves de vida livre, a informação deve ser feita  imediatamente ao Serviço Veterinário Oficial municipal ou pela internet na plataforma e-Sisbravet.

O ministro também destacou a eficiência do sistema de vigilância do Brasil. “Temos um bom sistema, que previne muito. Estamos preparados para enfrentar e  continuar garantindo as nossas exportações e o status de um país que tem liderança regional na vigilância sanitária”, disse.  

Até o momento, nenhum caso de gripe aviária foi confirmado no Brasil. Recentemente, foram encontradas duas aves com sintomas no Rio Grande do Sul e uma no  Amazonas, mas após coleta e análises de amostras, foi descartada a hipótese de H5N5.  

As amostras são enviadas ao laboratório de referência em Influenza  Aviária, o LFDA- SP, em Campinas. O LFDA é referência para a detecção da Influenza Aviária na América Latina, tendo confirmado casos em países vizinhos do Brasil.

O secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Carlos Goulart, informou que o risco mais alto e agudo da entrada da doença no país acontece até abril e maio,  pois o risco é relacionado à migração das aves. “Estamos passando pela fase aguda de risco de ocorrência, até elas voltarem à sua migração natural que  ocorre todos os anos para o hemisfério norte”, disse.  

O Mapa realizou reunião com todo o Sistema Brasileiro de Defesa Agropecuária, que reúne órgãos públicos e representantes da  iniciativa privada, para estabelecer a cadeia de comando e ação para os casos de detecção ou sintoma de influenza aviária. O Departamento de Saúde Animal também está em contato em tempo real com as autoridades sanitárias dos países vizinhos, segundo Goulart.  

O Mapa também já tem um plano de contingência elaborado para desenvolver ações no caso da entrada da doença no país. “Se por acaso entrar a doença no país,  o serviço veterinário oficial dos estados já entra com ações de bloqueio da área e outras ações previstas dentro do plano são executadas em um raio de 10  quilômetros da detecção. É uma série de ações que vão sendo desencadeadas à medida da necessidade”, explica a coordenadora de Assuntos Estratégicos do  Departamento de Saúde Animal do Mapa, Anderlise Borsoi.  

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