Os inúmeros casos de Influenza aviária, que vem acontecendo em todo o mundo desde 2021 e, mais recentemente, nos países da América do Sul (Uruguai, Argentina, Peru, Bolívia e Equador), suscitou preocupações na comunidade internacional nesta quarta-feira (22/02).
A doença representa um risco para a segurança alimentar global e os meios de subsistência das famílias que dependem da criação de aves. Mais de 150 milhões de aves morreram, não somente em criações comerciais, mas em bandos silvestres e até afetou outros animais silvestres, incluindo mamíferos aquáticos e terrestres.
Embora afete principalmente aves domésticas e selvagens, a influência aviária pode ocasionalmente se espalhar para mamíferos, incluindo pessoas. Um número crescente de casos de influência aviária do H5N1 foi relatado em vários mamíferos, tanto terrestres quanto aquáticos, causando morbidade e mortalidade, levantando preocupações sobre a ameaça que representa para a saúde de animais domésticos e selvagens, biodiversidade e potencialmente para a saúde pública.
A situação atual destaca o risco de que a influência do H5N1 aviário possa se adaptar melhor aos mamíferos e dar um salto para humanos e outros animais. Além disso, alguns mamíferos, como o vison, podem atuar como reservatórios comuns para diferentes vírus influenza, levando ao surgimento de novas cepas e subtipos que podem ser mais prejudiciais para humanos e/ou animais. As infecções recentemente relatadas em fazendas de visons são motivo de preocupação porque infecções em grandes números de mamíferos criados próximos uns dos outros exacerbam esse risco. Vários estudos em andamento buscam explorar a virulência e transmissibilidade desses vírus (inclusive entre mamíferos).
Em colaboração com sua rede de especialistas, a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) está monitorando de perto a situação para avaliar os riscos para animais e humanos.
A OMSA orienta:
- Manter vigilância intensificada para a doença em aves domésticas e silvestres.
- Prevenir a propagação da doença implementando medidas estritas de biossegurança nas granjas avícolas. Em particular, aumente a biossegurança em torno das fazendas de visons para evitar a introdução do vírus.
-Controle os movimentos de animais domésticos suscetíveis e seus produtos, a fim de evitar a propagação da doença.
-Proteja as pessoas em contato próximo ou manuseando aves doentes, animais domésticos e selvagens. As pessoas expostas devem sempre tomar medidas de precaução, como o uso de equipamentos de proteção individual, principalmente ao investigar mortes ou surtos.
-Monitore animais domésticos e selvagens suscetíveis. Investigue quaisquer aumentos incomuns nos eventos de mortalidade na vida selvagem (mortalidade).
-Notifique à OMSA os casos de gripe aviária em todas as espécies através do WAHIS e de acordo com as normas internacionais. A comunicação transparente e oportuna é fundamental para manter um bom entendimento da situação da doença e prevenir qualquer tipo de desinformação.
-Compartilhe sequências genéticas de vírus influenciados por aves em bancos de dados disponíveis publicamente.
A OMSA está totalmente empenhada em apoiar seus Membros para mitigar os riscos do impacto da gripe aviária e continuará esse compromisso com suas redes de especialistas, bem como com seus parceiros públicos e privados, especialmente por meio da Aliança Quadripartite “One Health” e do Global Framework para o Controle de Doenças Animais Transfronteiriças (GF-TADs), a fim de fornecer atualizações técnicas à medida que novas informações estiverem disponíveis.