Governo de Goiás financia pesquisa para aumentar resistência da soja à seca

Goiás enfrenta a pior seca em 2024 e chuvas só estão previstas para novembro

Pesquisa, em fase avançada, busca minimizar impactos da seca prolongada na cultura da soja
Fapeg

A Fundação de Amparo à Pesquisa de Goiás (Fapeg) está investindo em soluções tecnológicas para aumentar a resistência da soja à seca, assegurando a competitividade e a sustentabilidade da agricultura no estado.

A pesquisa, conduzida por especialistas do Instituto Federal Goiano (IF Goiano) – campus Rio Verde, explora o potencial de microrganismos promotores de crescimento de plantas e de nanopartículas para atenuar os efeitos do estresse hídrico na cultura da soja.

As tecnologias em estudo envolvem a utilização de microrganismos que se associam às raízes das plantas, promovendo o crescimento vegetal e aumentando a capacidade de absorção de água e nutrientes, mesmo em condições adversas.

Já as nanopartículas agem diretamente nos tecidos da planta, liberando moléculas que auxiliam na condução da água pelo xilema, prevenindo o embolismo – fenômeno em que bolhas de ar bloqueiam o fluxo de água, levando à desidratação das folhas.

Resistência da soja à seca

Em 2024, Goiás enfrenta uma das secas mais rigorosas de sua história e a previsão meteorológica indica que a regularização do período chuvoso, de acordo com o Centro de Excelência em Estudos, Monitoramento e Previsões Ambientais do Cerrado (Cempa/Cerrado), só deve ocorrer no final de novembro, prolongando os impactos sobre o agronegócio, um dos pilares da economia goiana.

Sem intervenções tecnológicas, as perdas agrícolas podem ser significativas. Com um aporte de R$ 64.850,00 da Fapeg, o projeto investe na compra de equipamentos de última geração para análise e desenvolvimento das tecnologias.

A soja, principal commodity agrícola de Goiás, desempenha um papel essencial na balança comercial brasileira, e manter sua produtividade em cenários extremos é um desafio constante. Em 2022, a produção agrícola do grão atingiu o valor recorde de R$ 43 bilhões no estado, com Rio Verde sendo uma das principais regiões produtoras.

A pesquisa está em fase avançada e já oferece perspectivas promissoras. Os primeiros testes indicam que as plantas tratadas com as novas tecnologias apresentam maior tolerância ao déficit hídrico, mantendo níveis de produtividade superiores aos observados em plantações sem o uso dessas inovações.

“O que estamos desenvolvendo aqui não é apenas uma resposta emergencial, mas uma ferramenta para o futuro da sojicultura”, finaliza Farnese.

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