O Brasil é o líder mundial na produção de café há mais de um século. Um levantamento realizado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projetou que a safra mundial do grão deve chegar a 176 milhões de sacas e o Brasil deve ser o responsável por produzir 70 milhões de sacas (de 60 quilos, que é a medida oficial usada em todo o mundo). Desse total, pelo menos 48 milhões de saca serão de cafés de variedades arábicas. O restante, são das variedades canéforas, também chamadas de robustas ou conillon, dependendo da região. Mas afinal, qual é a diferença entre os cafés arábicas e caneforas?

No mundo todo, existem em torno de 124 espécies diferente de cafés, mas dois tipos dominam o mercado: o café arábica e o café canéfora. O café arábica é o mais consumido no mundo, enquanto o café canefora é o mais utilizado como blend, um tipo de café mais solúvel que pode ser misturado aos demais. Mas, a principal diferença entre os dois tipos de café é o número de cromossomos de cada espécie. 

De acordo com o cafeicultor e autor do livro Aroma de Café, Luis Norberto Paschoal, o café arábica é uma espécie alitetraploide, ou seja, possui 44 cromossomos, possui menores concentrações de cafeína, menos sólidos solúveis e a bebida resultante de sua infusão é amis aromática e ácida. A espécie é unicaule e as folhas são verde escuras e menores, os frutos, ovalados, com mais mucilagem e eles são mais aderidos às plantas. Enquanto isso, os tipos canéfora têm 22 pares de estruturas cromossomos e é uma espécie diploide.

As variedades de canéfora possuem mais cafeína e e sólidos solúveis, por isso é mais utilizada para produção de café solúvel. No entanto, têm menores teores de açúcar. Os seus grãos são muito utilizados em “blends” de cafés. As variedades são multicaule, suas folhas têm coloração verde mais claro e maiores. Osfrutos são menores, esféricos, com menos mucilagem e se apresentam menos aderidos à planta.

Além destes dois tipos de café, bem conhecidos, há o tipo de café excelsa. Esse café é produzido na região Sudeste da Ásia responde por cerca de 7% da produção do grão e é utilizada em blends para encorpar a bebida preparada com outras espécies.