Furacão Milton pode elevar mais os preços da laranja e de fertilizantes; entenda

Cinturão citrícola americano e polo de fábricas de fertilizantes estão localizados na Flórida e na Baía de Tampa

Furacão Milton pode elevar mais os preços da laranja e de fertilizantes; entenda
Furacão Milton
Reprodução/NASA

O furacão Milton deixou um rastro de destruição na costa da Flórida, nos Estados Unidos, nesta quarta-feira (09), provocando tornados e inundações em um estado que já havia sofrido outra tempestade de larga escala duas semanas antes, com a passagem do furacão Helene. Cerca de três milhões de casas na região ficaram sem energia após o furacão atingir a costa como tempestade de categoria 3, por volta das 21h30 (horário de Brasília). 

Com ventos qe atingiram 195 quilômetros por hora, pomares de laranja e fábricas de fertilizantes da região foram fortemente atingidas pelos ventos, o que pode fazer os preços destes dois produtos aumentar consideravelmente nos próximos meses.

Milton pode provocar danos maiores aos larajais da Flórida, que estão em época de plena produção. A força dos ventos pode arrancar laranjas dos galhos e causar danos às árvores, o que “afeta a produção durante anos”, disse Jon Davis, meteorologista-chefe da Everstream Analytics, agência local. Isso pode fazer com que o preço do suco de laranja, que é uma commodity, fique ainda mais alto para todos.

A Flórida é um dos principais produtores de laranja e suco de laranja dos Estados Unidos.

“Com a projeção contínua da trajetória do furacão Milton para o leste, é imperativo que estejamos mais uma vez preparados para um impacto significativo na indústria cítrica da Flórida”, disse Matt Joyner, CEO do grupo industrial Florida Citrus Mutual, em nota.

Além dos cítricos, a tempestade pode danificar plantações de morangos e viveiros de plantas localizados na Flórida Central, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

As consequências de Milton também pode atingir as principais fábricas de produção de fertilizantes fosfatados na região da Baía de Tampa, deixando o produto mais caro.

A tempestade também poderá ter implicações generalizadas para a indústria de fertilizantes do estado. Cerca de 40% da produção de fosfato de amônio ocorre na área de Baía de Tampa, de acordo com Veronica Nigh, economista sênior do The Fertilizer Institute. 

O Porto de Tampa movimenta cerca de 25% das exportações de fertilizantes dos EUA, tornando-o também um importante centro comercial para a indústria.Os danos à produção de fosfato poderiam manter elevados os preços dos fertilizantes para os agricultores. Nigh ainda disse que os preços dos fertilizantes fosfatados estão entre os “mais difíceis de cair” desde seus picos de preços em 2022, quando a região sofreu as consequências do furação Ian.

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