Mudanças climáticas e alta do dólar marcam o ano do setor de flores e plantas ornamentais, mas ainda assim, a expectativa é que o ano seja fechado com crescimento entre 6% e 8%. Para 2025, a projeção dos representantes do segmento é que os produtos fiquem mais caros.
De acordo com o diretor do Instituto Brasileiro de Flores (Ibraflor), Renato Opitz, isso deve ocorrer porque os principais insumos para a produção de flores e plantas ornamentais são importados. “A permanência da alta cotação do dólar impactará muitos produtores que importam mudas e bubos. Os preços dos defensivos agrícolas e fertilizantes também preocupam, já que as matérias-primas também, basicamente, são importadas. Desta forma, o custo de produção pode aumentar mais do que esse crescimento do mercado, impactando na rentabilidade da produção”, diz Opitz. “No entanto, o mercado brasileiro tem crescido porque as flores estão com boa qualidade e cada vez mais disponíveis para os consumidores”.
A alta do dólar já foi sentida pelos produtores de flores em 2024. Segundo Optiz, outro fator que impactou a floricultura foi o clima, mas as vendas de flores tiveram altas e, com as vendas do fim do ano, devem produzir um resultado positivo. O Natal é a época do ano responsável por 5% das vendas totais de flores no Brasil e o ano novo, por 4%. Conforme o Ibraflor, apenas considerando este período de festas, as vendas de flores no Brasil devem registrar uma alta de 9% na comparação com o ano passado.
“As mudanças climáticas afetaram a produção, mesmo com a grande maioria sendo plantada em estufas. O efeito foi bastante impactante, principalmente pelo período de tempo seco e, depois, com o excesso de chuvas, como as que provocaram enchentes, no início do ano, no Rio Grande do Sul”, diz.
Neste ano, as flores e plantas que estão em alta são as tuias (stricktas e holandesas), poinsétias, antúrios, lírios da paz, rosas e kalanchoes. No fim do ano, flores e plantas de cores verde, vermelha, branca e dourada tem alta demanda.
O setor de flores registrou 272.000 empregos diretos, representando 1,17% das vagas geradas pelo agronegócio brasileiro. É o setor que mais emprega mulheres no segmento, com uma média de quase 50% de empregabilidade feminina, chegando a 63%, dependendo da região. Esse percentual é superior à média nacional, de 43%, que considera todos os ramos de atividades.