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Fazenda da novela Renascer já foi destruída por praga chamada Vassoura de Bruxa

Doença fúngica devastou as lavouras de cacau da fazenda usada nas gravações da novela e hoje, os proprietários cultivam cacau agroflorestal

Da Redação

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Produção de cacau no sul da Bahia foi devastada por doença nos anos 1990
Trilux/Wenderson Araújo

Uma fazenda localizada na Rodovia Jorge Amado, entre as cidades de Ilhéus e Itabuna, na região sul da Bahia, será mais uma vez cenário de novela. A propriedade já foi utilizada pela Rede Globo, na primeira versão da novela Renascer em 1993, e agora, será de novo cenário para as histórias que têm o cacau como tema principal. A Fazenda Primavera, porém, já teve uma história triste e trágica e precisou se reinventar para sobreviver à Vassoura de Bruxa, uma praga que assolou a atividade cacaueira na região nos anos 1990.

A Fazenda Primavera é da mesma família, os Amorim, responsáveis pela abertura da estrada entre Ilhéus e Itabuna, desde 1816 e já foi uma das maiores produtoras de cacau daquela região. Após ter suas lavouras destruídas pela Vassoura de Bruxa, doença provocada pelo fungo Moniliophthora perniciosa, quase foi à falência, mas voltou a ser produtora de cacau nos últimos anos. Desta vez, os proprietários apostaram no cultivo agroflorestal, que consorcia as árvores de cacau com espécies nativas da região. 

Na propriedade, além do cacau, são produzidos frutos como açaí, pupunha, árvores de seringueira e frutas típicas da região, além de plantas ornamentais. O local também tem uma rota turística, que recebe visitantes para conhecer a história do cacau e mantém, na casa principal da fazenda, um museu, com peças antigas que remetem à cultura da região e do cacau. 

O que é Vassoura de Bruxa?

A doença chamada Vassoura de Bruxa é provocada por um fungo e se espalhou pela região sul da Bahia nos anos 1990. Na trama da novela, a doença é citada e é uma grande preocupação para os coronéis do cacau, principalmente na última fase da trama. Na realidade, a vassoura foi responsável pela falência de boa parte das fazendas locais.

O fungo é endêmico da região amazônica, assim como o cacau, e já havia devastado lavouras de cacau do Equador quando chegou à Bahia. 

Até então, o Brasil era o maior produtor e exportador de cacau do mundo, com safras superiores a 400 mil toneladas. Hoje, são produzidos no Brasil cerca de 110 mil toneladas de cacau e o país precisa importar matéria-prima para produzir chocolates.

No entanto, foi a ocorrência de Vassoura de Bruxa e a falência das fazendas que provocou um movimento sustentável de produção na região sul da Bahia, os sistemas produtivos agroflorestais ou também chamado de Cabruca.

Cacau cabruca

O Brasil atualmente é o quinto maior produtor de cacau, matéria-prima do chocolate. O cacaueiro cresce e desenvolve-se à sombra de árvores maiores e, naturalmente, prospera em meio a uma área florestal.

Essa característica levou ao desenvolvimento do sistema cabruca. O termo cabruca surgiu do ato do agricultor “cabrocar a floresta”, isto é, fazer o manejo de uma área florestal enriquecendo-a com o cacau e, assim, produzindo e mantendo a cobertura florestal. A cabruca se tornou uma forma muito comum de se produzir cacau no Brasil, não demanda o uso de pesticidas e a produção de cacau brasileiro voltou a crescer. 

Além da região sul da Bahia, destacam-se as lavouras localizadas no Pará, Rondônia e Espírito Santo. De acordo com as projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, na atual safra devem ser produzidas cerca de 200 mil toneladas de cacau.

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