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Entenda por que leilão de arroz foi cancelado e por que pode voltar a ser feito

Em maio, governo realizou um leilão que foi cancelado, marcou outro e já cancelou, mas avisou que pode agendar mais um leilão para comprar arroz

Por Viviane Taguchi

Entenda por que leilão de arroz foi cancelado e por que pode voltar a ser feito
Reprodução/Agro+

O ministro da agricultura e pecuária, Carlos Fávaro, anunciou nesta semana que o governo tinha, mais uma vez, desistido de realizar leilões para comprar arroz. Nesta quinta-feira (4), um dia após uma reunião entre o governo e os representantes da indústria e produtores de arroz, o governo voltou a sinalizar que pode sim, realizar outro leilão para comprar arroz. Entenda por que o leilão de arroz foi cancelado e por que pode voltar a ser realizado.

O governo federal decidiu realizar um leilão para comprar arroz de países do Mercosul (com tarifa zero) quando o Rio Grande do Sul foi atingido por enchentes, entre o fim de abril e começo de maio. Isso porque o estado é o maior produtor de arroz do Brasil e quando as enchentes ocorreram, a colheita do cereal não havia sido totalmente encerrada: faltavam 30% da área para ser colhida, algo em torno de 150 mil hectares. O governo anunciou o leilão para garantir que não faltasse arroz para o Brasil e garantir que os preços não iriam subir.

A decisão, porém, irritou os produtores de arroz do Rio Grande do Sul, pois eles garantiram que a safra já havia sido quase toda colhida, estava estocada, e que a medida poderia ser injusta para os agricultores brasileiros. Mesmo assim, um leilão foi realizado no dia 6 de maio, mas este leilão foi cancelado após a constatação de irregularidades e dois altos executivos, o secretário de política agrícola e o diretor da Conab, foram demitidos.

Após essa confusão, a Conab publicou outro editar para realizar um novo leilão. Nesta semana, o ministro da agricultura disse que o governo havia desistido. “Vimos que os preços do arroz voltaram aos patamares normais, não houve aumento para o mercado interno e os produtores garantiram que não faltará arroz”, disse o ministro. “Desistimos de fazer o leilão”.

Nesta quinta-feira (4) notícias apontaram que o governo vai, de novo, realizar um leilão em meados de setembro ou outubro. Este leilão, na verdade, não tem a ver com as chuvas no Rio Grande do Sul, mas sim, com uma ação do governo que se chama garantia de estoques e é realizada todos os anos. 

A formação de estoques públicos tem como objetivo garantir o preço e a renda do produtor, bem como regular o abastecimento interno, para atenuar as oscilações de preço. Todos os anos, o governo compra arroz de outros países para garantir o abastecimento. A previsão da necessidade de compra é que a safra de arroz projetada para o período 2024/2025 deve ser menor. Assim como o outro leilão, de maio, será a Conab que irá realizar o pregão. 

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