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É verdade que os incêndios em São Paulo vão deixar a laranja e o etanol mais caros?

Queimadas descontroladas e possivelmente criminosas ocorreram em grande parte da área plantada com cana-de-açúcar; pomares tiveram prejuízos menores

É verdade que os incêndios em São Paulo vão deixar a laranja e o etanol mais caros?
Divulgação/CNA

Os incêndios descontrolados e possivelmente criminosos que ocorreram em muitas regiões do interior de São Paulo na semana passada e início da última semana destruíram cerca de 90 mil hectares de lavouras, de acordo com o governador Tarcísio de Freitas. O fogo consumiu lavouras, matou animais em fazendas e em caminhões que ficaram bloqueados nas rodovias e já se especula que os preços dos dois itens mais produzidos no interior do estado, a cana-de-açúcar, que é matéria-prima de açúcar e etanol, e a laranja, podem sofrer altas de preços. Será que é verdade?

Um levantamento realizado pelos técnicos do Centro de Estudos em Economia Aplicada (Cepea/Usp) indicou que os incêndios que ocorreram em áreas com muitas plantações de laranja no estado foram pontuais e os impactos não devem ser significativos para que os preços subam. De acordo com o Cepea, nas áreas atingidas, os proprietários conseguiram controlar o fogo rapidamente. Em algumas praças, além da ação dos produtores, a ocorrência de leves chuvas ajudou no rápido controle do incêndio. 

Já o caso do etanol, é diferente, pois grandes áreas plantadas com cana-de-açúcar, que seriam colhidas nas próximas semanas, foram queimadas pelos incêndios. De acordo com o presidente-executivo da Orplana (Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil), cerca de 80 mil hectares de canaviais queimaram, destruindo em torno de 6 milhões de toneladas de cana, o que corresponderia a 1,5% da produção do estado. “É um percentual pequeno, mas o problema é que o fogo também queimou rebrotas, o que vai reduzir a produtividade da próxima safra”, disse.

A planta da cana-de-açúcar consegue rebrotar em média, cinco a seis vezes, sem a necessidade de o produtor rural replantar, mas com as queimadas, o índice de rebrota cai pela metade, como ocorria no passado, quando o fogo era usado para a colheita, e será necessário renovar a plantação, o que eleva o custo de produção e, consequentemente, o preço do produto final. Com isso, é possível que o etanol e o açúcar sofram altas. 

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