Decisão prolonga uso de glifosato por mais 10 anos na União Europeia

Falta de consenso entre países membros da comissão europeia permite à agricultura utilizar o glifosato por mais uma década

Da Redação

Licença para uso de glifosato na Europa é prorrogada
CNA

A comissão europeia anunciou nesta quinta-feira (16) que os países da União Europeia podem utilizar o herbicida glifosato por pelo menos mais dez anos. A prorrogação da licença de uso foi decidida após os 27 países-membros não chegarem a um consenso sobre o produto. O herbicida, amplamente utilizado pelos países membros do bloco, tinha aprovação para ser usado até dezembro deste ano.

A decisão exigia que pelo menos 55% dos 27 países (o que representa cerca de 450 milhões de pessoas) votassem, mas o número não foi alcançado e a licença, renovada. De acordo com informações da Associated Press, em virtude do impasse, o braço executivo da UE afirmou que vai endossar sua própria proposta e renovar a aprovação com novas condições: "As restrições incluem a proibição do uso pré-colheita como dessecante e a necessidade de medidas específicas para proteger organismos que não são alvo".

Nos últimos 10 anos, o glifosato é alvo de debates científicos sobre seus efeitos no meio ambiente e na saúde humana. O herbicida foi introduzido pela Monsanto em 1974 com o nome de Roundup como uma maneira eficaz de matar plantas invasoras. A Bayer comprou a Monsanto por US$ 63 bilhões em 2018 e tem lidado com reivindicações e processos relacionados ao produto. Em 2020, a empresa disse que pagaria até US$ 10,9 bilhões para resolver cerca de 125 mil reivindicações. Em 2015, A Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer, com sede na França, e parte da Organização Mundial da Saúde, classificaram o glifosato como "provável carcinógeno humano".

A agência de segurança alimentar da UE abriu caminho para uma extensão de 10 anos ao afirmar, em julho deste ano, que "não identificou áreas críticas de preocupação" no uso do glifosato. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA concluiu, em 2020, que o herbicida não representava risco à saúde humana, mas um tribunal de apelações federal na Califórnia ordenou no ano passado que a agência reexaminasse a decisão, alegando que não era apoiada por evidências suficientes.

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