Cria Mundo ESG: Brasil pode liderar agenda de carbono mundial

Evento realizado em São Paulo nesta terça-feira (20) abordou iniciativas para empresas se tornarem mais competitivas

Da Redação

Cria Mundo ESG: Brasil pode liderar agenda de carbono mundial
Movimento Cria Mundo ESG reune 25 empresas para acelerar a jornada sustentável
Divulgação

A adoção de estratégias ESG -  Environmental, Social and Governance - foi o tema de um evento que aconteceu nesta terça-feira (20) no Learning Village, em São Paulo. O Cria Mundo ESG - Valuation de Impacto é uma iniciativa da Iris Negócios Regenerativos, em parceria com o hub de inovação HSM, e trouxe para o centro dos debates o que as empresas brasileiras estão fazendo para alcançar suas metas. 

Executivos de empresas como a Deloitte, Future Carbon, Pioneer, Fama Investimentos, Grupo Europa e o Instituto Capitalismo Consciente participaram do evento compartilhando experiências na transição do mercado. "A competição no mundo dos negócios não será mais entre empresas, e sim, entre ecossistemas e quanto mais saudável o ecossistema que a empresa atua, mais valor ela gera para si mesma”, afirmou Bruna Rezende, fundadora da Iris e mediadora dos debates.

O que é valuation?

Valuation é um termo de origem inglesa que significa avaliação de empresas. Ao trabalhar com as percepções que os investidores e clientes têm a respeito da empresa, o valuation envolve o julgamento da posição que ocupa no mercado e a previsão do retorno de investimento nas ações da empresa. “Podemos dizer que é a tradução dos pilares econômico e financeiro para o que acontece na realidade para tomadas de decisões conscientes”, resumiu Denise Hills, responsável pelo programa de Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da Pioneer.

Para a executiva, que foi a primeira mulher a presidir a Rede Brasil do Pacto Global da ONU, no mercado atual, gerar um valuation de impacto não é mais uma opção das empresas, mas uma responsabilidade de líderes que querem se manter competitivos e atuantes no mercado. “Líder aplaudido não é aquele que gera resultado a qualquer custo, mas aquele que consegue fazer o sistema ser uma parte da organização e a organização, uma parte do sistema”, afirmou.

Hugo Bethlem, responsável por trazer o movimento Capitalismo Consciente para o Brasil em 2013, afirmou que, hoje em dia, um negócio bom é aquele que cria valor. “As empresas hoje tem três opções que começam com a letra C: ou mudam por convicção, por compliance ou por constrangimento”.

Estratégia ESG

ESG, do inglês, Environmental, Social and Governance, é uma tendência no mundo corporativo e uma resposta das empresas frente aos desafios da sociedade contemporânea. A sigla diz respeito à integração da geração de valor econômico aliado à preocupação com as questões ambientais, sociais e de governança corporativa, por parte das empresas. Na prática, é uma forma de mostrar responsabilidade e comprometimento com o mercado que atuam, seus consumidores, fornecedores, colaboradores e investidores.

Marina Cançado, fundadora da Future Carbon, diz que o Brasil já poderia ser o protagonista nas estratégias ESG, porém, ainda falta parceria entre os setores privado e público para, de fato, alcançar essa liderança. “O Brasil, com o agronegócio, por exemplo, poderia suprir 50% da demanda global por créditos de carbono”, afirmou. “Mas não está havendo um esforço das iniciativas privadas e públicas par ocupar esse lugar”.

Segundo ela, as ações mais potentes, no curto prazo, para ocupar este protagonismo, seriam reduzir o desmatamento e as emissões de metano, a partir da agropecuária. “O Brasil tem a faca e o queijo nas mãos. Já poderíamos estar gerando desenvolvimento econômico a partir da natureza, mas a solução para isso faz parte da tomada de decisões”.

No campo social, Manuella Curti, presidente do Grupo Europa, contou como a empresa, que é pioneira em filtragem de água para consumo, realizou a sucessão familiar e se transformou. “Investimos em desenvolvimento socioemocional dos funcionários”, disse. “Essa abertura de mentalidade fez parte do processo como um todo. Você tem que ouvir e dar importância para incluir e inclusão não deve ser protocolar, tem que ser real”.

Cria Mundo ESG

Durante o evento, Bruna Rezende anunciou que está sendo criado no Brasil o movimento Cria Mundo ESG, Valuation de Impacto. Ao todo, 25 empresas já se comprometeram a aderir ao movimento, que visa acelerar a jornada ESG no país, por um período de 12 meses. “Os negócios nessa década possuem a oportunidade de serem os grandes catalisadores da geração de impacto positivo ganha-ganha, com retorno financeiro, social e ambiental”.

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